O canal Arte1 estreia na quinta-feira, 2 de março, às 22h30, a série Ancestralidades, uma produção própria, feita em parceria com o Itaú Cultural e a Fundação Tide Setubal. Em seis episódios, de meia hora cada um, a série dirigida pela cineasta Joyce Prado investiga como artistas e pesquisadores negros têm se mobilizado na busca por libertação e emancipação.
A
arte contemporânea desdobra-se em suas várias linguagens para se provar
arena fundamental no avanço de estratégias de permanência, resistência,
existência e restituição da subjetividade do povo negro. Ancestralidades nos
convida a refletir sobre a responsabilidade da história da arte na
consolidação de uma imagem inferiorizada e subjugada dessa população. E
mostra como estéticas trabalham para o fortalecimento da identidade
negra no Brasil, a redução dos impactos da escravização mercantil, as
reflexões sobre os efeitos da diáspora, o combate ao racismo estrutural,
e a disseminação da cosmovisão de matriz africana.
Entre os participantes da série estão: a escritora Ana Maria Gonçalves, os artistas visuais Dalton Paula e Rosana Paulino, o músico e performer Novíssimo Edgar, os cineastas Joel Zito Araújo e André Novais Oliveira, o músico Tiganá Santana, e a atriz e dramaturga Grace Passô.
"É
como uma travessia, guiada pelas partilhas de cada
entrevista, território e obra. A proposta é trazer a confluência das
distintas expressões artísticas e tempos que atravessam e reverberam no
hoje. Essa confluência e presença são a Ancestralidade sob perspectiva
na série", diz a diretora Joyce Prado.
Jader
Rosa, gerente do Núcleo do Observatório Itaú Cultural, afirma que dar
visibilidade às narrativas e corporeidades negras é uma preocupação do
Ancestralidades desde o lançamento da plataforma, e que ele segue
presente em todos os episódios da série. "Essa produção está alinhada
com esse propósito de mostrar como as identidades negras são
fundamentais para entendermos a história do Brasil", destaca.
Mariana
Almeida, diretora executiva da Fundação Tide Setubal, destaca a
pluralidade de perspectivas epistêmicas e subjetivas apresentadas
durante as entrevistas. "As pessoas ouvidas destacam, a partir das suas
especialidades e das suas áreas de atuação, a riqueza artística e
intelectual inerente às ancestralidades afro-brasileiras. Assim como na
plataforma, a série revela biografias, trajetórias e marcos históricos
por meio dos processos de construção pessoal das participantes."
Origem
A série é mais uma extensão – agora para o audiovisual – das ações ligadas à Ancestralidades www.ancestralidades.org.br, plataforma lançada em novembro de 2021 pelo Itaú
Cultural e Fundação Tide Setubal. No ano passado, foi lançado o edital
Ancestralidades de Valorização à Pesquisa 2022, direcionado à pesquisa
de pessoas pretas maiores de 18 anos sobre ciência e tecnologia em
perspectiva com os múltiplos saberes afro-brasileiros. Foram
selecionadas 12 pesquisas, disponíveis na plataforma.
Com
um conselho composto pela escritora Ana Maria Gonçalves, a filósofa
Sueli Carneiro e o músico Tiganá Santana, tem como proposta formar e
criar repertórios sobre ancestralidades. Conta, atualmente, com cerca de
155 biografias e trajetórias, mais de 50 marcos históricos e
aproximadamente 80 termos e conceitos, além de conjunto de informações
sobre a temática da espiritualidade, redigido por um grupo de
pesquisadores a partir da perspectiva das nações de candomblé Jeje, Ketu
e Angola, e da umbanda.
Confira o teaser da série aqui
Baixe fotos de divulgação aqui
Saiba mais sobre cada episódio de Ancestralidades
Episódio 1: Estéticas da Fé
A
escritora Ana Maria Gonçalves, o diretor Joel Zito Araújo e o músico e
performer Novíssimo Edgar, entre outros, refletem sobre o impacto de sua
relação com a fé no processo criativo. Eles falam da ligação entre as
religiões de matriz africana e o sincretismo religioso no Brasil.
Episódio 2: Estéticas da Familiaridade
No
segundo capítulo de Ancestralidades, a pesquisadora Leda Maria Martins
junta-se a artistas como Rosana Paulino, Dalton Paula e Tiganá Santana
para debater o tamanho do impacto que a história de suas famílias, ou a
ausência de registros do passado, têm em suas obras.
Episódio 3: Estéticas da Diáspora
Como
a diáspora reverbera nas artes? Entre os participantes deste episódio
de Ancestralidades estão: o fotógrafo Eustáquio Neves, o cineasta André
Novais Oliveira e a artista visual Silvana Mendes.
Episódio 4: Estéticas do Cinema Negro
No
cinema, são muitos os realizadores empenhados na busca por estéticas
libertadoras para o povo negro, tanto em termos de narrativas quanto na
construção imagética. As pesquisadoras Kênia Freitas e Lyara Oliveira, e
os diretores Joel Zito Araújo, André Novais Oliveira e Glenda Nicácio, e
a produtora Darwin Marinho falam disso.
Episódio 5: Estéticas da Dramaturgia Negra
O
quinto episódio da série Ancestralidades mergulha na dramaturgia e ouve
protagonistas da cena contemporânea como Grace Passô e Leda Maria
Martins.
Episódio 6: Estéticas em Espiral
A
série Ancestralidades termina com a participação de todos os artistas e
pesquisadores ouvidos nos episódios anteriores para uma grande
elaboração coletiva sobre suas realizações pessoais e artísticas.
HORÁRIOS DE EXIBIÇÃO
Estreias às quintas: 22h30
Reprises: Sexta 17h30; Sábado 8h30; Terça 11h30 e 21h30
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