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Por Francisco Borges (*)
A pandemia mudou o mundo. A forma de nos comportar, interagir, trabalhar, tudo ganhou um novo modus operante. A relação das pessoas incorporou uma grande quantidade de padrões e recursos tecnológicos. O que era tido como característica de uma geração jovem, que se adequou ao uso de tecnologia de maneira mais natural, agora é um padrão social importante para todas as pessoas, de todas as idades, de todos os padrões sociais e de todas as áreas de conhecimento. O uso de recursos tecnológicos, como as ferramentas de Inteligência Artificial, tem sido intenso no mundo dos negócios, na relação do homem com a análise de dados. As interfaces reconhecem comportamentos dos usuários e se adequam aos desejos. Temos ferramentas que ajudam a elaborar apresentações, já com objetos de aprendizagem animados, que permitam interação dos usuários. E isso interfere diretamente na educação, nos trazendo uma grande preocupação. Será que os nossos professores, atuais e futuros estão preparados para esta novidade tão fluida, tão integradora? Com a tecnologia tão presente e ativa na educação, não basta apenas inseri-la no dia a dia, é preciso um novo olhar na forma de educar, modificar as metodologias de ensino, buscar meios em que seja realmente útil inserir recursos tecnológicos, onde as crianças podem de fato explorá-las de maneira inteligente e produtiva. Os professores também precisam ser preparados para que possam desenvolver planejamentos estratégicos que incorporem a tecnologia na sala de aula, nos diferentes contextos disciplinares, além de ter o domínio completo destas ferramentas. Sendo a docência uma carreira pouco atrativa, pelos baixos salários e pela percepção errada de que o professor é um mediador do que se aprende e o que não se aprende, ter um profissional de educação qualificado metodologicamente e com visão e vivência tecnológica tem se tornado um dos maiores desafios da história da educação. A trajetória da formação de professores na educação superior do país está caminhando para abrir um ângulo de 180º entre a formação do docente e a real demanda do mercado quanto ao uso de metodologias que estimulem os alunos e também que vinculem o aprendizado a vida real. Avançamos em regulação, trazendo ao ensino médio uma proposta de menor visão genérica e ampliação de um aprofundamento de área com as trajetórias formativas, mas como aplicar esta realidade a 7 milhões de brasileiros se não temos professores preparados para trazer esta condição: a Educação Contextualizada e com Finalidade. À medida em que a tecnologia é incorporada na rotina ampliando a forma de educar em um modelo híbrido, é preciso, ainda, que se pense em como a estratégia de uso de tecnologias pode engajar os alunos e transformar os professores de forma que estejam preparados para esta nova realidade. Experiências fantásticas de uso de simuladores para amarrar e integrar a teoria com os experimentos práticos, a proposta de atividades lúdicas, com materiais simples para que o uso Ciência seja um show devem orientar o plano de formação dos professores. Formar bem, formar com felicidade, formar com recursos tecnológicos pode vir a ser a solução para atrair talentos para a carreira de docentes, dado que o propósito é e será por muito tempo mais importante do que o valor da remuneração. Medicina cuida da Saúde, a Educação cuida do Psicológico, do Emocional, do Caráter, das diversas dimensões de um ser humano saudável! *Francisco Borges é mestre em Educação e consultor da Fundação FAT em Gestão e Políticas Públicas voltadas ao Ensino |
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