Coluna de Carlos Brickmann, publicada nos jornais de domingo, 2 de janeiro:
Ontem,
1º de janeiro, foi Dia da Confraternização Universal. No entanto, as
incessantes críticas a Bolsonaro não cessaram. O motivo é que, enquanto a
Bahia sofre com as enchentes, Sua Excelência fica de férias, com
nutrida e feliz comitiva, nas belas praias de São Francisco do Sul,
Santa Catarina.
Quanta
perseguição! Espalha-se nas redes sociais um hashtag ofensivo, o
#bolsonarovagabundo, só porque o presidente prefere ficar de férias no
Sul a enfrentar, ao vivo e em cores, a tragédia que ocorre no Nordeste.
Só que...
*Bolsonaro
já esteve na Bahia, em Itamaraju, há pouco menos de um mês. Foi quando
sua segurança agrediu repórteres da TV Bahia, lembra-se?
*Ele
não está pessoalmente no local da tragédia, mas mostra em atitudes sua
solidariedade. Passa boa parte do tempo dentro d`água, ocupando gente e
equipamentos da Marinha, que poderiam estar lá, e simbolicamente estão;
*É melhor que fique longe, para não atrapalhar o serviço.
E
não é verdade que Sua Excelência tenha se recusado a exercer as sempre
exaustivas tarefas que lhe competem para ficar só descansando. Pois
fiquem sabendo que o Mito gastará um de seus dias de descanso
cansando-se pelo bem da população. Já na próxima quinta-feira, confirma
seu assessor especial tenente Mosart Aragão, Bolsonaro participará de um
futebolzinho solidário em Buriti Alegre, Goiás, com os cantores
Gusttavo Lima, Bruno e Marrone.
E agora, maledicentes, joguem ao mar a hashtag #bolsonaro vagabundo.
Questão de preço
O
problema dos críticos do Mito deve ser inveja: só porque vai passear em
todo feriado prolongado, com fartas comitivas, amigos, família, e tudo
por conta do dinheiro dos impostos, querem controlar suas despesas.
Simples:
as do ano passado custaram R$ 2.452.586,11, segundo dados oficiais.
Quem não gostaria de ter férias dessas sem ter de pagar por elas?
Hora do Brasil
Em
7 de setembro de 1822, d. Pedro proclamou a Independência do Brasil,
até então parte do Reino Unido de Portugal e Algarve. Salvador, na
Bahia, foi mantida sob controle por forças portuguesas, comandadas pelo
general Madeira de Melo, e só se uniu ao Brasil independente em 2 de
julho de 1823, quando os comandantes das forças brasileiras (ambos
europeus: o almirante inglês Thomas Cochrane e o general francês Pierre
Labatut, trazidos por d. Pedro) receberam a rendição do general Madeira.
Neste
ano, o Brasil completa 200 anos de independência. Em São Paulo, será
reinaugurado o Museu do Ipiranga, restaurado e modernizado. E no Brasil?
Retomar o caminho
Para
o Brasil, uma sugestão do sempre excelente colunista Elio Gaspari
(publicada em 29 de dezembro na Folha de S. Paulo e O Globo):
“Parece pouca coisa, mas será uma oportunidade para se pensar numa terra que resolveu andar para a frente com seus 4,7 milhões de habitantes. A máquina do tempo levará os curiosos de 2022 a um bonito momento. No mínimo, livrará os viajantes da mediocridade presente.“Em agosto de 1822, {José} Bonifácio redigiu um manifesto às nações amigas. Parece pouca coisa, mas vê-se o seu tamanho quando se sabe que, passados dois séculos, sem motivo plausível, o Brasil encrencou com China, Estados Unidos, França e Chile, noves fora a má vontade com as vacinas, questão pacificada antes mesmo de 1822 pelo pai de Pedro.“D. João 6º criou a Junta Vacínica para conter a varíola. Afinal, ela havia matado o seu irmão. Desde 1817 vacinavam-se crianças no Rio.”
Claro, claro
Tudo
bem, cada petista pode pensar o que quiser, desde que faça o que seu
ídolo máximo, o ex-presidente Lula, determina que seja feito. Mas vale
como curiosidade: José Genoíno é um dos petistas que mais resistem à
união entre Lula e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Tem
prestígio no partido, do qual foi fundador e presidente; quando
enfrentou dificuldades enfrentou-as sozinho, não delatou ninguém.
Sem
dúvida o partido fará o que Lula quiser. É interessante ler os
argumentos de Genoíno (expressos numa live com gente do PSOL) e, mais
interessante ainda, entendê-los: "O que está em jogo é se a esquerda
socialista será protagonista do enfrentamento do neoliberalismo ou se a
esquerda será domesticada, domada para um projeto de melhorismo por
dentro de um neoliberalismo com feição progressista”.
Deltan em julgamento
Levou
cinco anos, mas a ação de indenização proposta por Lula contra Deltan
Dallagnol deve entrar na pauta do Superior Tribunal de Justiça agora em
fevereiro. O caso se refere à entrevista coletiva (com PowerPoint) em
que o então procurador da Lava Jato colocava Lula no centro de
articulações que considerava criminosas. Na opinião de Lula, houve abuso
de autoridade.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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