MEDIÇÃO DE TERRA

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sexta-feira, 1 de maio de 2020

Ataque de Bolsonaro ao ministro Alexandre de Moraes pode causar reação do STF


Bolsonaro na cerimônia de posse do novo ministro da Justiça, André Mendonça: presidente não se conforma por não poder nomear Alexandre Ramagem para a PF / Crédito: Ueslei Marcelino / Reuters
Bolsonaro está comprando uma briga com o Supremo como um todo
Francisco Leali
O Globo

Compelido a anular a nomeação do delegado Alexandre Ramagem para a direção da Polícia Federal por uma liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, o presidente Jair Bolsonaro lança-se contra o magistrado da Corte. Um dia depois da decisão judicial que declarou cumprir, Bolsonaro faz ataques pessoais ao ministro do STF.
Ao mesmo tempo, diz que vai atrás de outro nome para o comando da PF, mas também quer desafiar Alexandre de Moraes. Na avaliação do presidente, se o ministro do Supremo impediu a nomeação de Ramagem para a PF, também teria que impedir que o delegado ficasse no comando da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), cargo que já ocupava antes da crise e ao qual retornou ontem.
OFENSAS AO SUPREMO – O palavrório de Bolsonaro pode ter o potencial de provocar não só um ministro, mas o Supremo como instituição. Um olhar para o histórico da mais alta corte do país mostra que ela costuma sair em defesa dos seus magistrados sempre que estão sob ataque pessoal e direto. Mais do que isso, a fala do presidente torna pública sua insatisfação em ver um tribunal se opor a um ato que ele julga legítimo.
— Não vou admitir eu ser um presidente pato manco, refém de decisões monocráticas de quem quer que seja. Não é um recado. É uma constatação ao senhor Alexandre de Moraes — disse Bolsonaro, em entrevista a uma rádio nesta quinta-feira.
INTERESSES POLÍTICOS – Mais cedo, na portaria do Palácio da Alvorada, Bolsonaro acusou Moraes de ter dado uma decisão política e disse que o ministro só foi para o STF porque era amigo do ex-presidente Michel Temer.
Portanto, não poderia ser menos explícito no ataque. Imputou a um magistrado do Supremo a conduta de julgar segundo interesses políticos. Assim, o chefe do Poder Executivo mira num ministro, mas acaba colocando-se em confronto direto com toda a cúpula do Poder Judiciário.

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