MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Foniatria auxilia no tratamento de sintomas que podem levar à gagueira


Segundo Dr. Evaldo José Bizachi Rodrigues, o ponto de partida para a gagueira pode estar em qualquer falha que ocorra em algum dos elos da complexa cadeia de estruturas e funções a serviço da comunicação oral
Pode não parecer, mas a gagueira é um problema que aflige centenas de milhões de pessoas em todo mundo. Estima-se que 1% da população apresente gagueira crônica e 5% já tenham sofrido com o transtorno durante pelo menos uma etapa da vida. Patologia da infância, a gagueira caracteriza-se pela alteração do ritmo da fala (que fica mais demorada), com tal frequência e intensidade, que prejudica a inteligibilidade da mensagem, gerando angústia tanto no falante quanto no ouvinte.
Por ser um problema que afeta a comunicação infantil, a gagueira pode ser tratada, com resultados promissores, pela foniatria, especialidade médica que diagnostica e trata distúrbios da maturação, da aprendizagem (inclusive fala, linguagem – leitura escrita) e do desenvolvimento (organização e adaptação). De acordo com o diretor do Instituto de Foniatria de Campinas (SP), médico foniatra e otorrinolaringologista, Dr. Evaldo José Bizachi Rodrigues, o ponto de partida para a gagueira pode estar em qualquer falha que ocorra em algum dos elos da complexa cadeia de estruturas e funções  envolvidas na comunicação oral.
A falha pode estar na dificuldade da pronta evocação de palavras, mas também na organização da idéia a ser transmitida, na programação dos movimentos a serem realizados  pelos órgãos articuladores e até mesmo na falta de agilidade motora sincronizada das estruturas encarregadas de articular os sons da fala. "A falta de vigor do fole pulmonar para a produção da voz através das pregas vocais também pode ser considerada uma das causas do distúrbio. ", afirma  Dr. Evaldo.
Conforme o médico, são todas alterações sutis que só podem ser detectadas por um especialista. Dr. Evaldo alerta que quanto mais precocemente forem diagnosticadas e tratadas essas falhas, menor a possibilidade de a gagueira manifestar-se. "Até os cinco anos de idade, 50% das gagueiras já se instalaram; até os oito anos, 90% e, até os 12 anos, 99%. ", destaca.
Dentre as características da gagueira estão períodos de boa fluência intercalados com surtos de má fluência, que tendem a ser tornar mais frequentes e duradouros com o passar do tempo. Isto porque o transtorno é reforçado pela insegurança que a criança sente ao se expressar oralmente. "Depois de instalada, podemos dizer que a gagueira se autoalimenta com as sensações de insucesso que se repetem no ato de comunicar. Este fato leva à ansiedade e à expectativa de fracasso a cada nova tentativa de falar. Isso vai minando a autoimagem e a autoestima.", explica Dr. Evaldo.
Outro ponto que influencia e acentua a gagueira relaciona-se à importância do assunto e da pessoa a quem a fala está sendo endereçada. Conforme Dr. Evaldo, o desconforto será tanto mais intenso quanto maior a relevância do interlocutor e do conteúdo comunicado. "Por exemplo, a gagueira se acentua quando a criança está se dirigindo aos pais e aos professores, falando na presença de muitos ouvintes ou de pessoas estranhas ou ainda quando se trata de assunto relevante a ela. ", enfatiza.
Por meio de medicamentos que atualmente a foniatria dispõe, Dr. Evaldo afirma que é possível interromper o caminho que leva à instalação da gagueira e de tratar caso o distúrbio já esteja instalado, atenuando sua influência na interação social. Para isso, contudo, reitera o médico, é necessário que o diagnóstico clínico seja precoce. Nesse sentido, os familiares precisam estar atentos aos possíveis sinais apresentados  deixando de lado as explicações folclóricas sobre a origem e como tratar a gagueira.
Conforme Dr. Evaldo, é muito comum explicações como: a criança ficou gaga após o nascimento do irmão, ou por conta da separação dos pais, a fuga do animal de estimação, falecimento de algum ente querido . ", conta. Na maioria das vezes, porém,  o verdadeiro motivo está em alguma falha na complicada ordenação dos eventos que acontecem toda a vez que se tem a intenção de falar. O que não significa, segundo o médico, que a causa da gagueira também não possa ser psicológica. "Mas esse é um diagnóstico de exclusão a que se chega depois de necessariamente considerados os demais motivos mencionados. ", explica.
O principal obstáculo que impede o diagnóstico e o tratamento precoces da gagueira, além do contexto folclórico em que é considerada, é o fato de acontecerem alguns períodos de melhor fluência que levam os familiares a intensificarem os procedimentos que só complicam e agravam o problema,   como, por exemplo, pedir para a criança ficar calma, pensar antes de falar, tomar um fôlego mais comprido, está vendo como você consegue? etc etc. Tais atitudes pressionam e constrangem a criança, levando-a a acreditar que suspeitam que gagueja por vontade própria. Em lugar de pressão e de cobrança, é preciso procurar a ajuda de um  especialista, pois é com orientação adequada e com compreensão que se trata a gagueira. ", conclui.






Jimenes Comunicação

Patrícia Jimenes
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