As pesquisas, faltando
mais de um ano para as eleições em que nem se sabe quais serão os
candidatos, nada esclarecem, mas causam burburinho (interesseiro, como
sempre), como anota editorial do Estadão. Obviamente, o tiranete
populista Lula aparece na frente - ah, esse Data Folha! -, já que o PT
sempre contou com seus 20 a 30% de votos. Mas seu eterno palanqueiro,
agora carregando seis processos no lombo, seguramente será condenado e
ficará inelegível - aliás, não se elege nem para síndico do tal prédio
de Guarujá. Com essa pilha de processos rolando em Curitiba, não deve
nem festejar a absolvição do mochileiro do PT, Vaccari, pelo TRF-4, para
onde deve recorrer ligeirinho após a primeira de uma série de
condenações. Segue o editorial:
Saiu mais uma
pesquisa de intenção de voto para a Presidência da República. Faltando
mais de um ano para a eleição, não se sabe nem quais serão os candidatos
– os partidos têm até agosto do ano que vem para tomar essa decisão –,
mas o burburinho é garantido. Como em primeiro lugar aparece o
ex-presidente Lula da Silva e em alguns cenários o segundo colocado é o
deputado Jair Bolsonaro, isso basta para que se gaste muita tinta para
especular as razões pelas quais o chefão petista está à frente, seguido
por outro populista primário. Num momento em que o País precisa de
serenidade e racionalidade para debater seu futuro imediato, só
interessa a Lula, alvo de cinco processos judiciais e principal
responsável pela atual crise, que esse debate seja preterido pelo
escarcéu em torno da possibilidade de seu retorno à Presidência.
Ora, em primeiro
lugar é preciso enfatizar que Lula, aconteça o que acontecer, terá
sempre em torno de 20% a 30% das intenções de voto no primeiro turno,
pois é nesse intervalo que se encontra seu eleitorado cativo. Na mais
recente pesquisa, feita pelo Datafolha, o petista aparece com cerca de
30% em quase todos os cenários, contra 25% no levantamento anterior, de
dezembro de 2016, e a maior parte do apoio se concentra no Nordeste, seu
reduto eleitoral. Portanto, não há nenhuma surpresa, mas é claro que
foi o suficiente para que Lula se jactasse de estar na dianteira “apesar
da perseguição jurídica e midiática”.
A estratégia do
petista é óbvia. Ele pretende constranger o Judiciário e confundir a
opinião pública ao dizer que seus adversários querem vê-lo condenado
para que não ganhe a próxima eleição presidencial. Para os propósitos de
Lula, pouco importa se as pesquisas de intenção de voto que o colocam
na frente dizem respeito a uma eleição que ainda está muito distante e
apenas refletem a disposição de um eleitorado que ele sempre teve. O que
interessa é ter à mão elementos que o ajudem a construir o discurso de
perseguido político.
Nessa linha, o PT
soltou ontem uma nota oficial em que diz que “condenar Lula, o maior
líder popular na nossa história, significaria desferir um golpe mortal
contra a justiça e a democracia do Brasil” e que “uma hipotética
condenação de Lula teria como único objetivo afastá-lo das eleições de
2018”. Para o PT, “sem Lula, as eleições presidenciais não terão
legitimidade e não passarão de uma fraude contra o povo brasileiro”.
Também interessa aos
petistas reforçar a tese de que seus adversários são contrários a uma
eventual antecipação das eleições presidenciais porque eles temem que
Lula vença – e, mais uma vez, as pesquisas servem como ilustração dessa
tese. Trata-se de uma grossa impostura. Deve-se impedir a antecipação
das eleições presidenciais diretas não porque Lula possa ser favorito
para vencê-las, mas apenas porque a medida contrariaria a Constituição.
O mais importante é
desmistificar Lula de uma vez por todas – e para isso basta usar as
pesquisas eleitorais. É fato que nelas o petista aparece bem colocado, o
que deixa estupefato todo brasileiro de bom senso, em razão do mal que
esse senhor já causou ao País. Mas uma leitura menos superficial dos
números mostra um quadro bem mais complicado para o demiurgo petista.
Antes de mais nada,
Lula aparece com 45% de rejeição – e não há notícia de que um candidato
que sofra tamanha ojeriza consiga se eleger. Para piorar sua situação, a
maior rejeição está no Sudeste, que concentra a maioria do eleitorado.
Ali, nada menos que 55% dos eleitores disseram que não pretendem votar
em Lula de jeito nenhum.
Outro aspecto
relevante, mas pouco destacado é que, na pesquisa espontânea – quando
não é apresentado o nome de nenhum candidato –, chegam a 52% os
eleitores que ainda não sabem em quem pretendem votar em 2018. E isso se
dá por razões muito simples: a eleição está muito longe, ninguém sabe
ainda quais serão os candidatos e há problemas mais graves para
enfrentar. A bem da verdade, nem Lula está pensando em 2018. Seu único
objetivo no momento é evitar a cadeia.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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