MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Litro da gasolina se aproxima do valor do dólar


Se no último dia de setembro a população baiana corria para os postos de combustíveis querendo aproveitar o preço baixo e abastecer o tanque, o primeiro dia de outubro foi de recuo e espanto diante das bombas.

por
Rayllanna Lima
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Se no último dia de setembro a população baiana corria para os postos de combustíveis querendo aproveitar o preço baixo e abastecer o tanque, o primeiro dia de outubro foi de recuo e espanto diante das bombas. Com o novo reajuste da Petrobras – segundo do ano –, o preço da gasolina já se aproxima do valor do dólar – que fechou ontem em R$ 4. Em alguns pontos da cidade, o consumidor chegou a pagar R$ 3,79 em um litro. Para quem abastece com aditivada, o susto foi ainda maior: R$ 3,89.
Nem mesmo os dois postos localizados na Djalma Dultra, no bairro Sete Portas, tiveram grande movimentação de clientes depois do reajuste. Postos estes que, desde a noite do dia 23 de setembro, estavam repassando gasolina a R$ 2,97 e R$ 2,99. A promoção durou sete dias. Na manhã de ontem, ambos os postos já haviam aumentado o valor para R$ 3,39. Esses foram os valores mínimos. Em um giro pela capital baiana, a equipe da Tribuna constatou que o litro do combustível já quase se equipara ao valor do dólar.
No posto BR localizado na Avenida Presidente Costa e Silva, em frente ao Dique do Tororó, o produto estava a R$ 3,70. Já no Posto Mataripe, na Bonocô, o litro da gasolina comum custa R$ 3,79. Fica ainda mais caro para quem prefere o combustível aditivado: R$ 3,85. E, acredite, tem como piorar. O litro da gasolina aditivada premium (composta pelos mesmos aditivos da aditivada que ajudam na conservação e limpeza do motor, mas com maior índice anti detonante) está mais caro que o dólar: R$ 4,19.
O reajuste foi de 6% para gasolina e 4% para o óleo diesel. O preço médio da gasolina adquirida pelos donos de postos de combustíveis nas distribuidoras na Bahia estava a R$ 2,922 antes da nova medida. O aumento elevou o valor para R$ 0,17 a mais no litro. “Quem ainda estiver vendendo gasolina pelo preço antigo é porque ainda tem estoque. Mas, quando esse estoque acabar, terá que reajustar, senão fica no prejuízo”, explicou o presidente do Sindicombustíveis Bahia, José Augusto Costa. De acordo com ele, cada empresário formata seu preço de acordo com seu entendimento e negócio.
Uso reduzido
Descontes com a situação, a população baiana já estuda alternativas para ajustar o dinheiro gasto na gasolina, com a renda mensal. “É melhor deixar o carro na garagem e ir trabalhar de ônibus. E isso já é algo que estou fazendo”, afirmou a professora Márcia Rios, 57.
O mesmo acontece com o segurança Geziel Lima. “Hoje [ontem] mesmo estava conversando com minha esposa sobre isso. Decidimos que carro agora só quando precisarmos sair em família. Quando for pra resolver algo sozinho, o transporte será o ônibus”, revelou.
Outros, como o artista plástico artesão e pintor automotivo Fernando Cardoso, 37, preferem um transporte mais sustentável: a bicicleta. “Hoje, meu meio de transporte é a boa e velha bike. Pra tudo. Levar e buscar minha filha na escola; resolver as coisas pela cidade. Carro ou moto só pra lazer. Ou distâncias mais longas que 40 quilômetros”, destacou. “Esses aumentos são injustos, já que 57% do valor da gasolina são de impostos pagos aos cofres públicos. A gasolina vez em quando está batizada, e causa ainda mais gastos altamente onerados por mais impostos”, reclamou Fernando.
Entretanto, muitos ainda são dependentes do carro. Seja sob a justificativa da falta de transporte público de qualidade, ou pela falta de ciclofaixas por toda a cidade. Grávida, a fisioterapeuta Euridice Martins, 35, está dependente do automóvel. “Mais um aumento. Um absurdo. Não tem alternativa, tem que ser o carro. Gasto um tanque por semana. Em média, o valor gasto mensalmente com a gasolina é de R$ 600”, revelou. Apesar da dependência, ela vai apelar para uma vida fora da capital. “Vou morar em Guanambi. Lá pelo menos as coisas são mais perto. O custo será menor”, explicou.
“Os valores estão altíssimos. E nossos salários não acompanham esse aumento. Ou seja, para continuar mantendo a mesma rotina com carro, vamos ter que deixar de fazer algumas outras coisas. Infelizmente, nesta cidade, não dá pra ficar sem carro. Até porque o transporte público não é bom. Procurando economizar, as pessoas devem começar a sair em grupo num único carro”, opinou o supervisor administrativo, Emanoel Freitas, 24.

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