Produtos são vendidos por até R$ 15 em Cruzeiro do Sul.
'Duram mais tempo', garante dona de casa.
Vasouras são produzidas com cipó e palmeira no interior do Acre (Foto: Adelcimar Carvalho/G1)
Vassouras feitas a partir do cipó, tipo de planta trepadeira comum na
região amazônica, e de palmeiras, são facilmente encontradas nos
comércios de Cruzeiro Sul. Os produtores da vassoura adquirem o cipó e a
piaçaba (fibra produzida por palmeiras) basicamente nos afluentes do
Rio Juruá e fabricam o produto na cidade, que chega a ser vendido entre
R$ 10 e R$ 15. Uma família da cidade diz faturar até R$ 4 mil por mês
com a venda do utensílio doméstico.Conhecido como 'Zé da Vassoura', José Abreu, de 53 anos, se dedica à fabricação da vassoura de cipó desde a infância. É dessa atividade que ele tira o sustento da esposa e dos três filhos. Ele conta que compra o cipó de pessoas que têm mais acesso à matéria-prima nas áreas ribeirinhas da cidade.
Vassouras de piaçaba e cipó são vendidas em mercado do Acre (Foto: Tácita Muniz/G1)
“Vivo da produção de vassouras desde pequeno, mas depois que me casei, passei a garantir o sustento de minha família desse serviço, pois minha mulher já tinha mais experiência do que eu. Há cerca de dez anos, viemos para cá, mas a gente tinha dificuldade de conseguir o cipó para fazer o acabamento da vassoura. Hoje, o cipó chega aqui através do Rio Juruá", conta.
Experiente, Abreu diz que o cipó titica, açú e a piaçaba são retirados de comunidades que ficam à beira do Rio Juruá, em Cruzeiro do Sul. Devido à dificuldade de encontrar o cipó em grande quantidade, o artesão começou a usar a garrafa PET para fazer o acabamento das vassouras.
"Isso agilizou a fabricação e garante mais durabilidade ao produto. A pessoa que compra uma vassoura usa até o fim, antes, quando era finalizado com o cipó, elas não resistiam muito ao uso", explica.
A produção e venda das vassouras garantem à família dele uma renda mensal de R$ 4 mil, resultado da comercialização de ao menos mil vassouras feitas por mês. "Dependendo da demanda, podemos produzir mais e aumentar nossa renda, mas a produção atual de cerca de mil vassouras tem sido suficiente para nossa subsistência”, diz.
Quem usa a vassoura de cipó, não quer trocar pela tradicional. É o que garante a dona de casa, Francisca da Silva, de 43 anos. "As outras ficam quebrando, essas duram mais tempo e são boas para varrer a área externa da casa, vasculhar o teto", explica.
Evilázio Silva, de 59 anos, vende as vassouras de cipó em um pequeno espaço no mercado municipal. Ele conta que existem duas formas de confeccionar a vassoura de cipó. “Existem dois processos. No caso da vassoura de cipó, um deles é que você procura o timbó açu e deixa ele murchar, com isso produz a vassoura. Já a piaçaba, você derruba a palmeira e corta de uma ponta à outra. Dentro tem um pelo, daí você tira e lava, porque é muito sujo, espera enxugar e faz a vassoura”, explica.
O microempresário, Manoel Brito, de 36 anos, vende as vassouras tradicionais da região há seis anos no Mercado da Samambaia, em Cruzeiro do Sul. Ele diz que o produto tem preferência entre sua clientela. “Hoje temos muitas vassouras vindas de fora, mais de 50% das vassouras vendidas no mercado são produzidas pelo 'Zé da Vassoura'", diz.
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