MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 2 de março de 2015

Negra do Cabelo Duro, Carnaval e o Axé de Luis Caldas




A vida não existiria sem a música! A forma mais pura e harmoniosa que Deus encontrou, nos sons e silêncio da natureza, para criar a mais bela arte do Universo! A música é capaz de transformar o tempo, o raciocínio, a lógica, a vida!...
“Nega do cabelo duro, que não gosta de pentear, quando passa na baixa do tubo, o negão começa a gritar, pega ela aí, pega ela aí...” Quando ouvi esse ritmo alucinante, frenético, diferente nos anos 80, escutei, gostei tanto que nunca mais parei de bambolear! Durante os dez, quinze anos seguintes dessa nova mania debochada, o axé, adquiri elepês e cedês dos cantores e bandas que mais gostava, porque quase todas as músicas eram boas!
Misturando reggae, rock, frevo, merengue, ijexá, ritmos caribenhos, o criador do fricote, Luis Caldas, caiu no gosto dos baianos, depois dos brasileiros, arrastou multidões. E, durante os trinta anos com o sutil nome de “Axé Music”, ganhou o mundo. Hoje, Luis, é mais um numa multidão de cantores famosos!
Desde que Dodô e Osmar inventaram o trio elétrico, o Carnaval de Salvador, da Bahia, nunca mais foi o mesmo! Certamente que o trio foi e será uma invenção que permanecerá por muitos e muitos anos... Eternamente?
Salomão - o mais sábio dos sábios profetas de Deus – disse, há mais de 3.000 anos, que “o que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do Sol”. Pessoas, coisas necessitam sempre de roupagem nova. Mudar, reciclar faz parte da vida, é fundamental para o crescimento! E é disso que a música da Bahia e o Carnaval de Salvador necessitam urgentemente! As coisas acontecem por necessidade da evolução da espécie, o que é velho precisa ser modificado, atualizado, disse Jesus Cristo. Depois de trinta anos, o ciclo do axé - que revolucionou a maior festa do mundo - não chegou ao fim, precisa apenas ser reinventado! Agora é hora de renovar o que não tá bem na música baiana e no maior e “melhor” Carnaval do mundo, o de Salvador!
Crises existem em todo segmento! Portanto, elas existem para serem enfrentadas e vencidas! O Rio de Janeiro antecipou-se, renovando o Carnaval de bairros; blocos e fanfarras embalaram as ruas da cidade mais linda do mundo! Salvador precisa fazer o mesmo, não pode perder mais tempo. Este ano, na quarta e quinta, fui ao Farol da Barra à noite. Tudo de bom, gostoso, agradável, diferente eu vi. Alegria, felicidade, paz e amor foi o que mais admirei e gostei.
Há anos que a música baiana e o Carnaval de Salvador vêm perdendo a sua originalidade. Para mim, as músicas atuais têm pouca essência! O Carnaval bonito, bom e gostoso, agora muitas vezes tem certos inconvenientes! Andar, especialmente, brincar nas ruas hoje durante o dia não é fácil. À noite!... Talvez o maior incômodo principalmente para os com de idade pouco ‘avançada’, é chegar aos lugares de maior concentração da big-festa – Circuito Campo Grande e Barra-Ondina! Sem infraestrutura de transportes públicos, taxi difícil e ônibus escasso. Uma loucura! Sexta-feira à noite fui ao camarote do Planeta Othon e não retornei! Tudo muito complicado!
Podemos pensar em algo mais moderno, diferente, como resgatar os blocos de ruas, incentivar os blocos sem corda, afinal, nada há de novo debaixo do Sol. Não é senhor prefeito, autoridades, donos de blocos e camarotes?
Quantas músicas lindas e artistas talentosos surgiram nos Embalos do Axé Music, e ficarão para sempre na história da Bahia, do Brasil. O axé jamais será esquecido, não acabará como andam dizendo por ai. Desconheço um movimento (tirando o rock e samba) musical mais duradouro na história da Bahia e do Brasil. Como disse o conterrâneo, Joaquim Nery Filho, o Axé Music é como “Cobra de Vidro, uma espécie de lagarto que, quando partido em um, dois, mil pedaços, ele sempre se refaz”.
Vivas e vivas à Negra do Cabelo Duro, ao Carnaval, ao Axé de Luis Caldas e seus discípulos.

Sérgio Belleza é administrador, empresário, consultor e autor dos livros, Caminhado com Walkyria e Ascensão e Queda de um Império Econômico.

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