A vida não existiria sem a música! A forma
mais pura e harmoniosa que Deus encontrou, nos sons e silêncio da natureza,
para criar a mais bela arte do Universo! A música é capaz de transformar o
tempo, o raciocínio, a lógica, a vida!...
“Nega do cabelo duro, que não gosta de
pentear, quando passa na baixa do tubo, o negão começa a gritar, pega ela aí,
pega ela aí...” Quando ouvi esse ritmo alucinante, frenético, diferente nos
anos 80, escutei, gostei tanto que nunca mais parei de bambolear! Durante os
dez, quinze anos seguintes dessa nova mania debochada, o axé, adquiri elepês e cedês
dos cantores e bandas que mais gostava, porque quase todas as músicas eram boas!
Misturando reggae, rock, frevo, merengue, ijexá,
ritmos caribenhos, o criador do fricote, Luis Caldas, caiu no gosto dos
baianos, depois dos brasileiros, arrastou multidões. E, durante os trinta anos
com o sutil nome de “Axé Music”, ganhou o mundo. Hoje, Luis, é mais um numa
multidão de cantores famosos!
Desde que Dodô e Osmar inventaram o trio elétrico,
o Carnaval de Salvador, da Bahia, nunca mais foi o mesmo! Certamente que o trio
foi e será uma invenção que permanecerá por muitos e muitos anos... Eternamente?
Salomão - o mais sábio dos sábios profetas de
Deus – disse, há mais de 3.000 anos, que “o que foi, isso é o que há de ser; e
o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do Sol”. Pessoas,
coisas necessitam sempre de roupagem nova. Mudar, reciclar faz parte da vida, é
fundamental para o crescimento! E é disso que a música da Bahia e o Carnaval de
Salvador necessitam urgentemente! As coisas acontecem por necessidade da
evolução da espécie, o que é velho precisa ser modificado, atualizado, disse
Jesus Cristo. Depois de trinta anos, o ciclo do axé - que revolucionou a maior
festa do mundo - não chegou ao fim, precisa apenas ser reinventado! Agora é
hora de renovar o que não tá bem na música baiana e no maior e “melhor”
Carnaval do mundo, o de Salvador!
Crises existem em todo segmento! Portanto, elas
existem para serem enfrentadas e vencidas! O Rio de Janeiro antecipou-se, renovando
o Carnaval de bairros; blocos e fanfarras embalaram as ruas da cidade mais
linda do mundo! Salvador precisa fazer o mesmo, não pode perder mais tempo.
Este ano, na quarta e quinta, fui ao Farol da Barra à noite. Tudo de bom,
gostoso, agradável, diferente eu vi. Alegria, felicidade, paz e amor foi o que
mais admirei e gostei.
Há anos que a música baiana e o Carnaval de
Salvador vêm perdendo a sua originalidade. Para mim, as músicas atuais têm
pouca essência! O Carnaval bonito, bom e gostoso, agora muitas vezes tem certos
inconvenientes! Andar, especialmente, brincar nas ruas hoje durante o dia não é
fácil. À noite!... Talvez o maior incômodo principalmente para os com de idade pouco
‘avançada’, é chegar aos lugares de maior concentração da big-festa – Circuito Campo
Grande e Barra-Ondina! Sem infraestrutura de transportes públicos, taxi difícil
e ônibus escasso. Uma loucura! Sexta-feira à noite fui ao camarote do Planeta
Othon e não retornei! Tudo muito complicado!
Podemos pensar em algo mais moderno, diferente,
como resgatar os blocos de ruas, incentivar os blocos sem corda, afinal, nada há de novo debaixo do Sol. Não é senhor
prefeito, autoridades, donos de blocos e camarotes?
Quantas músicas lindas e artistas talentosos
surgiram nos Embalos do Axé Music, e
ficarão para sempre na história da Bahia, do Brasil. O axé jamais será
esquecido, não acabará como andam dizendo por ai. Desconheço um movimento (tirando
o rock e samba) musical mais duradouro na história da Bahia e do Brasil. Como
disse o conterrâneo, Joaquim Nery Filho, o Axé Music é como “Cobra de Vidro,
uma espécie de lagarto que, quando partido em um, dois, mil pedaços, ele sempre
se refaz”.
Vivas e vivas à Negra do Cabelo Duro, ao
Carnaval, ao Axé de Luis Caldas e seus discípulos.
Sérgio Belleza é administrador, empresário,
consultor e autor dos livros, Caminhado com Walkyria e Ascensão e Queda de um
Império Econômico.
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