MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 1 de março de 2015

Mercado de trabalho pode sofrer grandes perdas em 2015


As dificuldades do baixo crescimento econômico do ano passado, e a possível recessão deste ano, e ainda os efeitos de medidas adotadas devem gerar consequências negativas no mercado de trabalho brasileiro ainda neste ano. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical destacam a necessidade da ações compensatórias aos cortes anunciados na política fiscal, para que as consequências não sejam tão graves. Rodrigo Leandro de Moura, pesquisador da área de Economia Aplicada da FGV/Ibre e especialista em mercado de trabalho, aponta para mudanças nas casas brasileiras, com a projeção de crescimento nulo na renda, considerando a inflação, e a pressão para que integrantes que estavam fora do mercado de trabalho passem a buscar ocupação devido a demissões na família.
Impacto na renda das famílias deve incentivar pessoas fora do mercado a procurar emprego
Impacto na renda das famílias deve incentivar pessoas fora do mercado a procurar emprego
Nesta sexta-feira (27), dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho mostraram o pior saldo na geração de emprego para janeiro em seis anos. O número de trabalhadores admitidos no mês foi menor do que o total de demissões. Ocorreram 1.600.94 admissões contra 1.681.868 desligamentos. No mesmo dia, Firjan e Fecomércio-RJ criticam a redução da desoneração sobre folha de salários.
As novas regras de concessão do seguro-desemprego também começaram a valer neste sábado, em relação a cinco benefícios trabalhistas e previdenciários. O trabalhador que for demitido a partir de agora terá que comprovar vínculo com o empregador por pelo menos 18 meses nos 24 meses anteriores, na primeira vez em que requerer o benefício. Na segunda, terá de ter trabalhado por 12 meses nos 16 meses anteriores. A partir do terceiro pedido, o período voltará a ser de seis meses.
>> Novas regras no seguro-desemprego valem a partir deste sábado
Vagner Freitas, presidente da CUT, em conversa com o JB por telefone antes desses números serem anunciados e da medida entrar em vigor, comentou que construir uma política econômica apenas para segurar o desempenho da economia, e com as medidas que foram anunciadas, se não houverem mesmo medidas compensatórias, como tem se anunciado que deve ter, para incentivar o crescimento, claro que a paralisação da economia significa diminuir atividade econômica, que significa diminuir oferta de emprego.
"O Brasil tem tido um processo de expansão do emprego no mercado de trabalho, por conta de uma política econômica adotada, que propiciou isso. Então, o governo tem se vangloriado, e corretamente, tanto o governo Lula quanto primeiro governo Dilma, de bater recorde de geração de emprego, e isso é um ativo importante para o governo. Agora, nós estamos preocupados, porque com a crise econômica, da forma como ela está se alastrando hoje, e com a retração do mercado de trabalho no mundo inteiro, o Brasil vinha sendo quase que uma exceção à regra. O que a CUT tem preocupação é que não haja alteração na política econômica", disse Vagner.
De acordo com ele, a CUT quer entrar nesse debate, para fazer propostas econômicas que barateiem o crédito e incentivem o crescimento do mercado interno, para a geração de emprego continuar. "Ficamos, sim, preocupados com as primeiras medidas, porque nós achamos que, até agora, elas foram apenas medidas de corte e enquadramento. Nós queremos medidas de expansão e crescimento."
O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, por sua vez, apontou par auma grande preocupação, que vem desde o ano passado, principalmente com os efeitos da conjuntura no setor industrial.  "A coisa agravou muito", acredita. "O cenário que nós estamos vendo é muito complicado. Vai aumentar muito o desemprego, sem nenhuma perspectiva ainda de futuro, porque não tem uma medida para alavancar otimismo."
Para Miguel, seria preciso enfrentar a crise como foi feito com a de 2008, com incentivo ao aquecimento da economia, e não com restrições.
Rodrigo Leandro de Moura, pesquisador do Ibre, destaca a projeção de aumento da taxa de desemprego, como um reflexo da economia estagnada por longo período e à expectativa dos agentes em relação à piora. Índices de confiança da FGV indicam uma piora tanto do lado do consumidor quanto do das empresas, em relação ao desempenho dos negócios e ao emprego. "O ajuste fiscal anunciado e também o provável aumento da taxa Selic devem deteriorar o mercado de trabalho. Provavelmente, isso deve começar com um aprofundamento das demissões, o que já vem ocorrendo em alguns setores, como o da indústria, e que deve se propagar para o setor de serviços."
Com o aumento na taxa de desemprego, deve diminuir também a pressão sobre os salários, pois deve diminuir o poder de barganha dos trabalhadores nas negociações. A família deve ter uma perda de renda, por causa de um aumento menor na renda e também porque alguns membros da família devem perder o emprego. Aqueles que estavam fora do mercado de trabalho, com isso, voltarão a participar, o deve aumentar a PEA (População Economicamente Ativa) e pressionar o desemprego, num segundo momento, explica Moura.
Um terceiro fator que deve elevar o desemprego, aponta o pesquisador, é a questão do seguro desemprego, que deve gerar um "rally de demissões", se já não está gerando. Muita gente vai querer entrar num acordo com as empresas, forçar demissão, para poder receber o seguro desemprego. Além disso, muitos que forem demitidos a partir de hoje, não poderão ter acesso ao seguro desemprego.
Para Moura, esse ajuste no seguro é um bom exemplo de como um ajuste fiscal pode afetar o mercado de trabalho, neste caso, diretamente. O aumento de impostos, por outro lado, também deve implicar em em aumento de custos para a empresa, que repassarão os custos para preço ou vão diminuir a produção,o que também implica em demissões.

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