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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Minas produz 1º fuzil 100% nacional para equipar o Exército


Bruno Porto - Hoje em Dia


Imbel/Divulgação
Minas produz 1º fuzil 100% nacional para equipar o Exército
Linha de produção da Imbel, em Itajubá: o primeiro fuzil 100% nacional vai substituir o antigo FAL

O primeiro fuzil 100% brasileiro foi desenvolvido e produzido em Itajubá, no Sul de Minas, pela estatal federal Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel) e já se encontra em testes pelo Exército e Força Aérea Brasileira (FAB). Um contrato inicial, de R$ 7,8 milhões, foi firmado entre o Ministério da Defesa e a Imbel para uma encomenda de 1.500 unidades do fuzil de assalto IA2, que substituirá o FAL. Esse primeiro lote está em uso pelas Forças Armadas em uma fase de avaliação. A previsão é a de que as encomendas futuras cheguem a 200 mil fuzis. Caso se confirme a projeção e o custo médio da arma do primeiro contrato, de R$ 5,2 mil, as receitas com a venda podem ultrapassar R$ 1 bilhão.
O montante tem potencial para aliviar o caixa da Imbel e aumentar sua capacidade de investimento. A empresa está em recuperação de sua situação financeira desde 2008, quando se tornou empresa pública dependente – recebe transferências diretas do Tesouro Nacional. O Relatório de Gestão do ano de 2013 revela que as duas unidades da Imbel em Minas Gerais (Itajubá e Juiz de Fora) não cumpriram suas metas de faturamento com vendas em virtude do reduzido número de contratos firmados.
No caso da unidade do Sul de Minas, a meta de faturamento foi fixada em R$ 55,9 milhões e as receitas atingiram R$ 39,1 milhões no ano passado, ou seja, 70% do objetivo. Na planta baseada na Zona da Mata, o faturamento previsto foi de R$ 27,9 milhões, porém entraram no caixa apenas 53% desse valor – R$ 14,7 milhões.
A assessoria de imprensa da fabricante de armamentos informou que o IA2 coloca a empresa em um “novo momento”, dada as perspectivas favoráveis em torno de sua aceitação no mercado, tanto o interno como para exportações.
Do ponto de vista tecnológico, o IA2 é considerado um marco. “Foi superado um dos grandes desafios previstos no desenvolvimento de um armamento dessa natureza: baixo peso e dimensões reduzidas, preservando-se a eficácia esperada em uma arma para emprego em combate, aspectos que bem caracterizam o fuzil de assalto IA2”, afirmou a Imbel.
O Ministério da Defesa, ao qual a Imbel é subordinada e ao mesmo tempo fornecedora, destaca ainda a maior maneabilidade do armamento e aponta seus avanços em relação ao fuzil FAL, usado anteriormente. “Houve também, no IA2, uma melhora significativa na parte ergonômica, bem como na identidade visual da arma, resultando em um fuzil extremamente balanceado e com um mínimo recuo/impacto transmitido ao atirador. Também foram realizadas melhorias no sistema de pontaria, na empunhadura, no isolamento térmico do guarda-mão”, informou.

Novo equipamento passa por teste duro

O fuzil IA2 está em análise pelo Centro de Avaliações do Exército. Ele já foi aprovado em testes empregados na avaliação de armamentos tais como: realização de tiro após imersão total; tiro em temperaturas negativas; manutenção da capacidade operacional após quedas; realização de tiro com areia nas partes móveis, e outros.
Recentemente foi concluído o Relatório Operacional da experimentação do armamento durante o ano de 2013 em diversos ambientes operacionais (selva, montanha, caatinga etc) e em operações aeroterrestres, cujas observações foram introduzidas no equipamento.

Minas produz 1º fuzil 100% nacional para equipar o Exército

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