Ex-deputado e conselheiro da presidente reeleita, Carlos Araújo critica quem promete reforçar oposição ao Planalto
por Carlos Rollsing
Carlos Araújo critica quem promete reforçar oposição ao Planalto
Foto:
Lívia Stumpf / Agencia RBS
Ex-marido e conselheiro da presidente reeleita Dilma Rousseff, Carlos
Araújo (PDT) participou nesta quarta-feira, na Assembleia Legislativa,
da sessão solene dos 25 anos da Constituinte estadual, ocasião em que
ele era um dos líderes do PDT e da esquerda gaúcha. Ele defendeu a união
do país para superar a divisão das urnas e criticou "as elites" que
prometem reforçar a oposição ao governo.
As urnas mostraram um país dividido. Isso pode travar o governo Dilma?De certa forma, desde 1930, há uma divisão. Sempre tem se procurado atenuar os efeitos dessa divisão. Essa foi uma eleição tão dura como foi também o período do segundo governo Vargas, em que as elites brasileiras elegeram o ódio como a sua principal consigna. Tem de tentar o diálogo, todo mundo tem de ir para a mesa negociar. O Brasil precisa muito que todos ajudem, não podem estar divididos. As lideranças políticas têm de compreender isso. Confio que isso ocorrerá.
O senhor acredita na ideia do terceiro turno? Nas redes sociais há pessoas falando em impeachment por causa da Petrobras.Olha, as elites sempre querem fazer impeachment. Fizeram isso com o Getúlio, derrubaram o Getúlio e o levaram ao suicídio. Foi assim com Jango (João Goulart), foi assim com Leonel Brizola e vai ser assim de novo. É sempre essa gente. Para chegar ao poder, é só por aí. Ou, quando não é por aí, é através de líderes carismáticos fabricados por eles. Foram os casos de Jânio Quadros e Fernando Collor de Mello. Depois, o Fernando Henrique Cardoso, que foi uma liderança que eles fabricaram também e que foi uma decepção para o povo brasileiro. Veja o grau de aprovação que ele tinha no final do seu governo. Essa é a história da vida, claro, eles não se conformam com a derrota. Os papos da elite são sempre os mesmos: corrupção, inflação e desenvolvimento.
Sobre a reforma política, ela deve ser feita por plebiscito ou referendo?O Congresso está com muitos partidos, muito pipocado. Acredito que o melhor caminho mesmo é o referendo, para o Congresso não ficar achando que se quer tirar poderes. E também porque o Congresso pode definir mais o balizamento de um referendo.
O que é mais fundamental na reforma política?O fim do financiamento privado das campanhas e uma legislação que não permita essa multiplicidade de partidos que temos no país. Esses dois aspectos são os principais para mim.
No Rio Grande do Sul, o PDT deve participar do governo Sartori?A minha posição inicial é de não participar do governo. Fomos oposição aqui no Estado. Mas acho que temos de fazer oposição que colabore com Sartori, que é uma pessoa digna, um batalhador. Pode-se colaborar participando ou não do governo. Acho que, nesse primeiro momento, é melhor colaborar sem participação.
Antes da eleição, o senhor fez algumas ressalvas quanto a posicionamentos do senador eleito Lasier Martins (PDT). O senhor falou com ele? Qual a expectativa do mandato?Não conversei. Não participei muito da campanha por motivo de doença. A minha expectativa é negativa em relação ao mandato do Lasier. É um conservador que eu não sei como veio parar no PDT. É lastimável.
As urnas mostraram um país dividido. Isso pode travar o governo Dilma?De certa forma, desde 1930, há uma divisão. Sempre tem se procurado atenuar os efeitos dessa divisão. Essa foi uma eleição tão dura como foi também o período do segundo governo Vargas, em que as elites brasileiras elegeram o ódio como a sua principal consigna. Tem de tentar o diálogo, todo mundo tem de ir para a mesa negociar. O Brasil precisa muito que todos ajudem, não podem estar divididos. As lideranças políticas têm de compreender isso. Confio que isso ocorrerá.
O senhor acredita na ideia do terceiro turno? Nas redes sociais há pessoas falando em impeachment por causa da Petrobras.Olha, as elites sempre querem fazer impeachment. Fizeram isso com o Getúlio, derrubaram o Getúlio e o levaram ao suicídio. Foi assim com Jango (João Goulart), foi assim com Leonel Brizola e vai ser assim de novo. É sempre essa gente. Para chegar ao poder, é só por aí. Ou, quando não é por aí, é através de líderes carismáticos fabricados por eles. Foram os casos de Jânio Quadros e Fernando Collor de Mello. Depois, o Fernando Henrique Cardoso, que foi uma liderança que eles fabricaram também e que foi uma decepção para o povo brasileiro. Veja o grau de aprovação que ele tinha no final do seu governo. Essa é a história da vida, claro, eles não se conformam com a derrota. Os papos da elite são sempre os mesmos: corrupção, inflação e desenvolvimento.
Sobre a reforma política, ela deve ser feita por plebiscito ou referendo?O Congresso está com muitos partidos, muito pipocado. Acredito que o melhor caminho mesmo é o referendo, para o Congresso não ficar achando que se quer tirar poderes. E também porque o Congresso pode definir mais o balizamento de um referendo.
O que é mais fundamental na reforma política?O fim do financiamento privado das campanhas e uma legislação que não permita essa multiplicidade de partidos que temos no país. Esses dois aspectos são os principais para mim.
No Rio Grande do Sul, o PDT deve participar do governo Sartori?A minha posição inicial é de não participar do governo. Fomos oposição aqui no Estado. Mas acho que temos de fazer oposição que colabore com Sartori, que é uma pessoa digna, um batalhador. Pode-se colaborar participando ou não do governo. Acho que, nesse primeiro momento, é melhor colaborar sem participação.
Antes da eleição, o senhor fez algumas ressalvas quanto a posicionamentos do senador eleito Lasier Martins (PDT). O senhor falou com ele? Qual a expectativa do mandato?Não conversei. Não participei muito da campanha por motivo de doença. A minha expectativa é negativa em relação ao mandato do Lasier. É um conservador que eu não sei como veio parar no PDT. É lastimável.
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