Compra teve dispensa de licitação; país não registrou casos da doença.
Secretaria diz que falta de kit pode pôr em risco pacientes e servidores.
Cada kit tem protetor facial com viseira flexível, óculos de proteção, botas de PVC, macacão impermeável, avental de napa e saco vermelho para coleta de resíduo hospitalar. Os valores, de acordo com a pasta, ainda estão sendo pesquisados.
Embora o Brasil não tenha registrado casos confirmados e o país não tenha voos diretos para as regiões de maior incidência da doença, a Secretaria de Saúde disse em nota acreditar que a "ausência dos itens deste objeto [o edital] acarretará enorme prejuízo no atendimento ao usuário do sistema de saúde, na segurança dos profissionais e inclusive com risco de morte de usuários e profissionais".
Segundo a pasta, após a escolha da empresa fornecedora e da emissão da nota de empenho, os materiais deverão ser entregues em duas etapas. A primeira delas em até 15 dias depois da compra. A segunda, passado um mês.
O mundo vive atualmente a pior epidemia da doença: são mais de 13 mil pessoas infectadas e quase 5 mil mortas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. A maior parte dos pacientes está em Serra Leoa, Guiné e Libéria, países da África Ocidental.
O risco de propagação do ebola para o Brasil é considerado baixo, de acordo com o Ministério da Saúde. O site do órgão possui uma área especifica sobre o assunto no qual os profissionais de saúde podem consultar as medidas adotadas.
O Brasil registrou três suspeitas da doença. Um guineano deu entrada em uma UPA de Cascavel, no interior do Paraná, no dia 9 deste mês relatando febre. Seguindo o protocolo da Organização Mundial de Saúde, o homem fez dois testes – os dois deram negativo.
Depois, um jovem de 22 anos deu entrada em uma UPA de Foz do Iguaçu, também no Paraná, no dia 16, relatando sintomas da doença. O prédio foi temporariamente fechado, e o paciente, isolado. Quando a secretaria constatou que ele havia viajado para China, Dubai, Líbano e Itália – nenhuma dessas localidades foi afetada pela epidemia do vírus –, a suspeita foi descartada. Ele tinha hepatite A.
O terceiro caso suspeito ocorreu em Brasília, no dia 23 de outubro. Um comissário de bordo panamenho foi internado em um hospital particular da Asa Sul com febre e náuseas. A unidade de saúde também chegou a ser isolada, mas a Secretaria de Saúde descartou o caso porque exames comprovaram que ele tinha uma infecção intestinal e não esteve nos países com surto da doença.
Até o momento, oito casos de ebola foram tratados nos Estados Unidos. Duas enfermeiras, que contraíram a infecção em território americano, são monitoradas. Na Europa, ao menos nove pacientes receberam tratamento. Um deles, a enfermeira espanhola Teresa Romero, foi infectada em Madri, enquanto os demais casos foram importados.
Treinamento
A secretaria começou no último dia 28 uma oficina para capacitar multiplicadores no enfrentamento à doença. A instrução segue até esta quinta e é destinada a servidores dos hospitais regionais e das UPAs.
A prevenção abrange tanto os cuidados com os profissionais de saúde quanto com os pacientes. O treinamento está sendo realizado pela Gerência de Investigação e Prevenção das Infecções e dos Eventos Adversos nos Serviços de Saúde, entre 8h e 17h30.
Celular
Telefones celulares podem ser usados como uma ferramenta para abastecer autoridades e organizações humanitárias sobre o deslocamento de pessoas em áreas afetadas pela doença.
Imagem
mostra análise de deslocamento da população na África Ocidental feito
com base em dados de celulares: estratégia pode ajudar a combater ebola
(Foto: Flowminder.org/Divulgação)
Quando alguém faz uma ligação ou manda uma mensagem com o celular, o
aparelho envia sinais à torre de celular mais próxima. Dessa forma, é
possível determinar a localização aproximada do usuário.Caso as operadoras de celular concordem em fornecer os dados aos pesquisadores, é possível criar um “raio X” da movimentação populacional na região e traçar estratégias mais eficazes de combate à doença.
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