Elas passariam por procedimentos de retirada de amigdalas e adenóides.
Cirurgias estavam marcadas, mas não havia especialistas no hospital.
Pais acompanharam crianças e ficaram esperando
na porta da unidade (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
As famílias saíram de Linhares
ainda de madrugada, e chegaram ao Hospital Francisco de Assis, na Praia
do Morro, em Guarapari, às 7h30. O hospital foi inaugurado neste ano, é
filantrópico e funciona graças a um convênio entre a prefeitura e o
governo do estado. A unidade atende crianças e gestantes, mas ainda não
possui médicos otorrinolaringologistas, nem realiza a cirurgia que as
crianças precisam.na porta da unidade (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
Documentos comprovam que as cirurgias estavam marcadas para as 9h desta sexta-feira (3), de acordo com as famílias. Dez crianças que passaram por unidades de saúde de Linhares e foram encaminhadas pela Central de Regulação de Vagas do município esperavam para realizar cirurgias de retirada das amígdalas e de adenóide.
Crianças como Nicolas, que há 3 anos sofre e preocupa a mãe. "Ele não dorme direito, tem apneia, acorda engasgada, não consegue respirar direito", contou Bruna Azevedo. A dona de casa Lucimara Alves contou que não se conforma com a confusão que ocorreu. Há dois anos ela esperava pela cirurgia para o filho Leonan, de 7 anos. "Esperava uma solução para o meu filho. Chego aqui (no hospital) e nao tem”, disse a mãe.
Secretário disse que houve falta de comunicação
(Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
Outro lado(Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
O secretário estadual de Saúde, Tadeu Marino, disse que a falha foi do hospital de Guarapari. “Houve uma falta de comunicação do próprio hospital com a secretaria, para dizer que não estava preparado ainda para fazer atendimento. Nós temos um documento do próprio hospital, onde ele coloca quatro profissionais cadastrados para fazer esse tipo de procedimento. Dentro dessa contratualização, onde a gente repassa cerca de R$ 9 milhões ao ano para o hospital, fazem parte cirurgias otorrinológicas, de nariz, de garganta, de ouvido. Por isso, nós vamos apurar se eles têm condições de cumprir as metas ou não”, disse.
O secretário pediu desculpas às famílias e disse que o atendimento será remarcado. Quanto à espera de três anos para retirar amigdadas e adenóide, o secretário falou que ainda é pequeno no Sistema Único de Saúde (Sus) o número de especialistas para este tipo de cirurgia, mas o atendimento hoje já é bem maior.
Já o gerente administrativo do hospital, Márcio Garcia Ferreira, disse que procurou a Sesa para saber o que aconteceu. “O que o hospital pode dizer é que não houve a comunicação prévia desse agendamento pré-cirúrgico e até cirúrgico dessa demanda de otorrino. Não tivemos nenhuma forma de comunicação desse agendamento”, explicou.
Ele também disse que ainda não houve a contratação de médicos otorrinos no hospital, mas que, se houvesse a comunicação prévia sobre as cirurgias, haveria tempo hábil de realizar a contratação. “(O hospital) buscaria, dentro do prazo concebível, alinhar a data dessas cirurgias com o profissional médico”, disse.
* Com colaboração de Eliana Gorritti, da TV Gazeta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário