A
mudança do nome da ala Filinto Müller para Ala Luís Carlos Prestes
avançou mais uma etapa nesta terça-feira (29/04), com a aprovação pela
Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Projeto de
Resolução do Senado. O texto, que já passou pela análise das Comissões
de Constituição, Justiça e Cidadania e de Educação Cultura e Esporte,
segue agora para a Mesa do Senado. A votação da proposta foi acompanhada
pela neta de Luís Carlos Prestes, Ana Prestes.
O
projeto foi apresentado pela senadora Ana Rita (PT-ES) em 2011. Para a
parlamentar, que preside a Comissão de Direitos Humanos, Müller, que foi
militar e senador, e atualmente empresta o nome a ala, não foi um
defensor da democracia, por isso não mereceria que a seção do senado
permaneça com o seu nome. Uma das ações mais notórias de Filinto Muller
foi a ordem para deportação de Olga Benario de volta para a Alemanha.
A senadora disse que rebatizar a ala seria um reconhecimento para Prestes.
"É um reconhecimento de sua luta pela democracia durante um período tão difícil da nossa história" - disse Ana Rita.
É
inacreditável como descaradamente tenta-se exaltar Prestes, um homem
que fez de tudo para implantar o regime comunista no Brasil. Prestes era
íntimo do Partido Comunista Russo, e por sua influência foi aceito no
homônimo brasileiro. O político pretendia empreender uma revolução
armada no Brasil.
Para
o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), é constrangedor que o Senado
tenha uma ala com o nome de Filinto Müller. João Capiberibe (PSB-AP)
contou que é doloroso para ele ver o nome de um torturador estampado na
Casa.
O
senador Capiberibe, que nasceu em 1947 - quando Felinto Muller já era
idoso - diz que diariamente ao passar pela ala se lembra das torturas
que sofreu.
Em seu relatório, o senador Humberto Costa (PT-PE) avaliou que o projeto assegura o direito à memória e à verdade.
"Cuida-se
de substituir a homenagem feita a um agente da intolerância por outra
destinada a pôr em destaque um ícone da resistência à repressão" - assinalou o parlamentar.
As
senadoras Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Ângela Portela (PT-RR) e o
senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) também elogiaram o projeto.
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