Na reportagem "Crônica de uma pacificação falida", publicada no último sábado (26) pelo jornal espanhol El País, o assassinato de Douglas Rafael da Silva Pereira, na favela Pavão-Pavãozinho, foi o foco do jornalista.
A
matéria afirma que existem vários elementos que apontam que DG foi mais
uma vítima de uma violência policial fora do controle. Segundo o texto,
várias testemunhas que estavam presentes próximas ao local do
acontecimento asseguram que naquela noite não houve nenhum confronto
armado entre os traficantes e policiais, como sustenta a Polícia Militar
para manter a tese da morte por “bala perdida”.
O Jornal do Brasil
já vinha destacando, em seus editoriais, a falta de sintonia entre os
discursos das autoridades que insistiam em chamar as comunidades de
"pacificadas" e os fatos, que mostravam que a insegurança e a violência
continuavam a reinar nestas regiões.
O El País chegou
a entrevistar a mãe de Douglas, que repetiu que seu filho foi
assassinado. Ela também assegurou que irá até onde for necessário para
que “se saiba a verdade”, custe o que custar. Seus planos incluem a
cooperação da Anistia Internacional e de dois experts norte-americanos independentes, que também trabalharão nas investigações. E se for necessário, disse ao El País,
pedirá que o cadáver seja exumado. A matéria também entrevistou
moradores do Pavão, que afirmaram que a UPP tem a rejeição total da
comunidade e que agressões e insultos são frequentes. Reportagem lembra morte do dançarino DouglasPor
fim, a reportagem defende que "a sensação de que esta favela estava
saindo pouco a pouco do poço da violência e do crime evaporou de
repente". Segundo fontes locais, a milícia já está infiltrada nas
formações da UPP local, o que seria o principal motivo da deterioração
da convivência entre a tropa e a população.
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