por
Lilian Machado
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
O pré-candidato ao governo do estado pelo grupo de oposição, Paulo Souto (DEM), em referência à atual
crise e às reivindicações dos policias militares, recentemente em
greve, destacou ontem a necessidade de se rediscutir a relação entre o
governo e a polícia. Em entrevista à rádio Metrópole, o democrata
ironizou a política salarial da categoria, sustentada pela atual gestão.
Souto também reconheceu a melhoria nos equipamentos da segurança
pública, mas questionou a ausência de resultados. Seguindo aos
questionamentos sobre as comparações, ele disse que em sua
administração, os índices de criminalidade eram mais baixos.
”A Bahia tinha a posição de quarto ou quinto estado menos violento e hoje a Bahia é o segundo que mais cresceu
em violência. Dizer que isso é nacional? Outros estados melhoraram,
diminuindo os índices, a exemplo do Rio de Janeiro”, enfatizou.
O democrata se referiu também à compra de coletes e
viaturas. “Coisas absolutamente normais, mas qual foi o resultado disso?
34 mil assassinatos em quatro anos”. Em fase de preparação do plano de
governo, Souto frisou que seria “excepcional se pudesse voltar pelo
menos aos números de 2006” e foi além. “É preciso recuperar a confiança
mútua entre o governo e a polícia”, disse, chamando a atenção ainda
para uma melhor distribuição dos contingentes de policiais, adotando
estratégias em prol de evitar os crimes. “A segurança é uma questão
emergencial”, acrescentou.
O postulante ao Palácio de Ondina também procurou desconstruir o
discurso de que em seu governo os salários das polícias eram menores.
“Existia uma rotina no estado de que as categorias que tivessem salário
base, e aí se inclui o soldo da Polícia Militar, tivesse esse salário
base corrigido a partir do salário mínimo. Eu fiz isso em três anos. Não
fiz isso no último ano não porque eu não quis, mas porque houve uma
política de aumento real do salário mínimo que determinou um aumento
muito grande, o que ficou impossível”.
Segundo ele, a gestão petista só seguiu a linha no primeiro ano.
“Depois quando vem o aumento de 20% no salário - o governo sabia que não
poderia fazer isso -, então tirava uma parte da gratificação e
incorporava no salário mínimo e a partir daí dava um aumento pequeno no
base para ficar igual ao salário mínimo. Isso eu não faria. Muitas vezes
posso tomar uma atitude que não gostaria, mas enganar nunca. Com todo o
cuidado que eu tenho com a linguagem, mas o que se fazia era uma
fraude”, disparou.
Na entrevista, ele também citou a situação das finanças. “Se for o
que estou vendo agora, a perspectiva não é boa. O estado passou a ser um
devedor crônico, com atrasos a fornecedores. Tem três anos que está
passando com um buraco de R$2,5 bilhões nas contas de recursos
próprios”, acusou.
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