Professores de MT vendem pastel para comprar ventiladores para escola

Ventiladores devem ser instalados em refeitório de escola pública.
Prefeitura alega que verba para a compra de ventiladores já foi repassada.

Do G1 MT

Ventiladores furtados ficavam na parede do refeitório
(Foto: Adair Maria Moraes de Oliveira/ Arquivo pessoal)

Professores da Escola Municipal Professora Maria das Graças Pinto, no Bairro Jardim Glória 2, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, decidiram fazer um festival de pastel para arrecadar dinheiro para comprar três ventiladores para o refeitório do colégio. A ideia, de acordo com a direção da escola, surgiu porque os professores ficaram com pena dos alunos.
O secretário de Educação do município, Jonas Sebastião da Silva, disse ao G1 que R$ 10 mil foi repassado para a manutenção da unidade. Conforme o secretário, R$ 8 mil seriam destinados à reforma e outros R$ 2 mil à compra de ventiladores e cadeiras.
De acordo com Adair Maria Moraes de Oliveira, um ofício já foi encaminhado à prefeitura da cidade comunicando o problema, porém, nenhuma reposta foi dada para a direção do colégio. "Há um ano os alunos sofrem com o calor no refeitório, porque todos os que tinham na unidade foram roubados", contou.
A diretora explicou que os professores ficaram de doar os ingredientes para fazer os pastéis e os pais vão ajudar dando dinheiro aos filhos para que comprem o salgado. O festival está programado para ser realizado na próxima sexta-feira (4), no intervalo de aula do período matutino e vespertino. Caso o festival tenha um retorno considerado positivo, uma segunda etapa deverá ser realizada na última sexta-feira do mês de abril.
O pai de dois alunos da escola, Daniel Felipe Francisco, informou sobre a falta de ventiladores na escola, bem como sobre a realização do festival, por meio do Bem na Hora, aplicativo de celular da TV Centro América. Ele disse que essa atitude dos professores e funcionários é boa, porém, avalia que não cabe aos mesmos a arrecadação de fundos para a compra de ventiladores para a unidade.
“Olhei o caderno da minha filha e vi um informativo sobre o festival. Achei aquilo bom pela atitude das pessoas em estarem preocupadas com as crianças e, ao mesmo tempo, considerei absurda, porque para onde está indo o dinheiro que pagamos nos impostos?”, questionou.