Marjorie Moura
A promotora de justiça Joseane Suzart acusa a operadora e sua credenciada de terem realizado a portabilidade de 13.285 usuários na Bahia sem autorização.
As empresas teriam falsificado as assinaturas de clientes de outras operadoras, usando seus dados pessoais.
A promotora Joseane Suzart informou que a "gravidade dos fatos" conduziu o Núcleo de Atendimento de Assuntos Criminais (Nacrim) a solicitar à Delegacia de Crimes Econômicos e contra a Administração Pública (Dececap) apuração de suposto crime de falsidade ideológica.
A ação
Segundo o MP, as empresas receberam auto de infração aplicado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), conforme os termos da resolução 460/07.
No auto foi comprovado que promotores de venda da Sol Distribuidora, com o conhecimento da Claro, falsificaram assinaturas de clientes de outras operadoras, usando seus dados pessoais, provavelmente obtidos e disponibilizados pela operadora.
A fraude ocorreu durante ações em locais de grande circulação, nas quais se ofereciam chips com R$ 7 de recarga e R$ 9 de bônus aos usuários pré-pagos, mediante a portabilidade.
Mesmo sem aderir à promoção, clientes de outras operadoras tiveram, sem seu conhecimento, o número transferido para a Claro.
A promotora Joseane Suzart, com base na Anatel, afirma que os titulares das linhas telefônicas transferidas sofreram "diversos transtornos", a exemplo de ter o celular bloqueado e de ter necessitado de muitos contatos para resolver o problema.
No pedido principal, a promotora exige que a Claro indenize os consumidores pelos danos morais sofridos e restitua em dobro os valores pagos pelas vítimas da portabilidade fraudulenta.
Em relação à Sol Distribuidora, Joseane Suzart pede à Justiça que obrigue a credenciada a dispor de recursos humanos e materiais para a realizar a portabilidade telefônica, incluindo a verificação dos antecedentes policiais e criminais dos candidatos, sob pena de ter cassada sua licença de funcionamento.
Desconhecimento
Conforme a ação, a operadora reconheceu a fraude praticada pela Sol Distribuidora e informou que tomou providências junto à credenciada assim que soube do relatório de fiscalização da Anatel. Isso não a exime da responsabilidade pelos prejuízos causados aos consumidores, entende a promotora de justiça.
"Por mais que a Claro S/A tente argumentar que não agiu em conjunto com a outra acionada, no campo consumerista a responsabilidade é objetiva e solidária, pouco importando se auferiu ou não qualquer benefício com os atos ilícitos perpetrados", afirmou.
Porém, em resposta a e-mail enviado pela reportagem de A TARDE, a operadora respondeu: "A Claro esclarece que ainda não foi intimada do processo em questão e, por desconhecer seus termos, não pode se pronunciar".
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