MEDIÇÃO DE TERRA

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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Juros altos e burocracia derrubam as vendas de motocicletas em Salvador


por
Lucas Franco
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA

Ter um veículo de duas rodas é uma tentação para quem quer fugir dos engarrafamentos de Salvador. No entanto, vendedores e comerciantes se queixam do cenário atual, em que a burocracia tem sido um obstáculo tão grande quanto uma fechada no trânsito. “É a questão do endividamento. Tivemos queda em final de 2012 e 2013 no volume de vendas. Não há nada conclusivo que explique, mas taxas de banco mais altas, inadimplência e burocracia colaboram. Financiamento está muito difícil, as taxas são abusivas”, contextualiza o consultor de vendas da Motopema Dois Leões, Reginaldo dos Santos Virgem. “Vendemos mais para a classe B, que geralmente é quem procura uma moto para fugir dos ônibus”, conclui. Entre as mais vendidas na loja em que trabalha estão os modelos das linhas CG Titan e CG Fun. 
Segundo a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em março desse ano 112.224 motos foram emplacadas, o que significou queda de 6,09%  na comparação com fevereiro, com 119.508. A retração aconteceu também na comparação com março de 2013, que com 123.846 emplacamentos apresentou baixa de 9,38%. Já no acumulado do ano, houve alta de 3,75%.
O investimento de R$ 10 bilhões em rodovias e obras de mobilidade urbana feito pelo Ministério dos Transportes, segundo o ministro César Borges anunciou na última quarta-feira em coletiva de imprensa na fábrica da Ford, visa facilitar o uso de automóveis nas rodovias. No entanto, os motociclistas vivem outro desafio além da infraestrutura precária: a violência. “O roubo de motos da Honda está em primeiro lugar, principalmente as com menos cilindradas porque as peças são mais fáceis de revender, então muita gente tem medo de usar”, explica o consultor de vendas da concessionária Novo Tempo, na Bonocô, Samuel Fernandes. Na sua opinião, não existe queda no setor. “Está em alto crescimento. Meses mais, meses menos, a depender do crescimento do país.” As linhas CG Titan e CG Fun também estão entre as mais vendidas na Novo Tempo.
O segmento sob duas rodas, no entanto, busca novas alternativas. Se as motos abaixo de 300 cilindradas não vendem como antes por conta das dificuldades impostas de financiamento para a classe D, aluguéis a partir de R$ 60 por dia podem ser a solução para quem precisa cumprir uma missão sem carro, ou até sentir a brisa enquanto acelera pelas vias da cidade. “O mercado de veículos novos até tem facilitado o crédito, em até 24 vezes sem juros, mas revendedor de semi-novos tem taxas mais altas”, conta o proprietário da Bug Motos, na Vasco da Gama, Reinaldo Gusmão. Para driblar a crise do setor, Reinaldo lançou, há seis meses, o serviço de aluguel de motos e cobra a diária de R$ 90 na Tenere 250, da Yamaha, e R$ 60 na Honda Lead 110.

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