MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 6 de abril de 2014

Hotelaria ganha menos quartos que o previsto para Copa


Demanda, no entanto, deve ser trabalhada para que unidades não virem elefante branco

A menos de 70 dias para a Copa, a hotelaria brasileira se vê preparada para receber o megaevento. Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) acredita que a questão das tarifas está sob controle. No início dos preparativos para o mundial de futebol, o Rio de Janeiro recebeu o anúncio de que ganharia cinco mil novos quartos para poder receber os visitantes estrangeiros e nacionais. Conquistou, no entanto, 80% do previsto - quatro mil novos quartos. Para Sampaio, trata-se de um número razoável para receber os visitantes da Copa - apesar da cidade precisar de mais para receber as Olimpíadas. A cidade vai precisar, contudo, se esforçar no período pós-evento para manter o fluxo de turistas, e a chave para isso, acredita Sampaio, seria uma alavancagem do setor de eventos da cidade. 
Estimativas da prefeitura do Rio de Janeiro do ano passado indicavam que a rede hoteleira da cidade contaria com a construção e adaptação de pelo menos cinco mil novos quartos até a Copa de 2014. Na época, a cidade oferecia 34.130 quartos. Para o Mundial, esperava-se alcançar a marca de 39,2 mil quartos, sendo 26,6 mil em hotéis e outros 12,6 mil distribuídos em apart-hotéis, albergues, pousadas e motéis.
De acordo com Sampaio, no entanto, o número de novos quartos só chegou a quatro mil, número que para ele é suficiente para atender á demanda do evento. "Nós esperávamos um aumento importante na oferta no Rio de Janeiro, mas com a preocupação do pós-evento."
Sampaio alerta que a corrida para abertura de novos quartos acabou gerando alguns problemas, como a capitalização para investimento em hotéis. Apesar das linhas de financiamento, conta Sampaio, surgiram modalidades de sociedade em cota de participação, "havendo abuso de investidores incautos, seduzidos pela ideia de Copa, do crescimento hoteleiro, que estavam enveredando por uma promessa de rentabilidade que não ia se concretizar". Ele reforça que a Comissão de Valores Mobiliários acabou mandando enquadrar alguns empreendimentos e operadoras.
"Tem que haver um estudo de viabilidade de economia, para uma oferta equilibrada e racional, que seja absorvida pelo mercado. Nós, com certeza, estamos preocupados com as obras de infraestrutura, esperávamos que isso se materializasse de maneira mais rápida, porque isso muda a percepção do destino. Mas o país tem obras atrasadas, aeroportos que adotaram soluções paliativas, ou que estão em atraso. O povo brasileiro que vai ser o grande anfitrião e vai fazer a diferença", acredita Sampaio.
A questão das altas tarifas que seriam praticadas pelo mercado também foi ressaltada por Sampaio. Para ele, o discurso dos preços altos da hoteleria carioca não se justifica mais, pois os preços estão caindo. Ele lembra que em qualquer cidade do mundo, quando recebe um evento, os preços sobem. O turista está aparelhado de tecnologia suficiente para comparar preços, ressalta, e escolher o estabelecimento ideal. "Quem botou um preço muito alto na tarifa alto não vai atrair o turista. Criou-se um estigma dos preços altos."
Sampaio aponta que o mercado deve aproveitar pesquisas relacionados ao comportamento do turista da Copa 2014, com informações como o total de passagens aéreas e destinos escolhidos, para mensurar o deslocamento dos estrangeiros no Brasil durante o evento e oferecer um trabalho diferenciado.
Ele se preocupa, no entanto, com a realização de manifestações e protestos pelo país, que tentem atrapalhar a realização do evento. Ele ressalta que um grupo do Espírito Santo, por exemplo, comenta-se, planejaria bloquear o acesso de seleções nos aeroportos nos dias de jogos. 
"A equação da Fifa é que deve haver 35% da capacidade instalada da arena m número de quartos. O Maracanã tem 65 mil lugares, então tem uma demanda para vinte e poucos mil quartos. Temos uma concentração muito grande de novos hotéis na Barra, em função do Riocentro, que precisava de uma capacidade adicional. Eu diria que se ficar nesse patamar que estamos hoje, vai ficar condizente com a demanda do mercado. Na Zona Sul cresceu um pouco mais, com expectativa do centro de convenções de médio. Eu diria que os eventos são uma grande saída para a cidade manter a demanda pelos novos quartos", finaliza Sampaio. 

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