“Foi um trimestre extremamente complicado para a exportação, como já esperávamos. Basicamente ainda é o efeito da Argentina. Tivemos restrição às importações, mas no último sábado os dois governos assinaram memorando de entendimento para tentar reestabelecer o fluxo de comércio. Isto aponta para um horizonte melhor, não é ainda operacional, mas teremos reuniões com o governo na próxima semana”, afirmou Luiz Moan Yabiku, presidente da Anfavea.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterio (Mdic), o memorando tenta garantir a liquidez nas operações comerciais entre os dois países, já que o peso argentino sofreu uma desvalorização de cerca de 20% em relação ao dólar. Com isso, o governo de Cristina Kirchner restringiu as importações como forma de evitar a saída de divisa americana do país. O acordo também prevê comércio sem restrições de produtos, com exceção de armas, munições e materiais nucleares.
Para Moan, os governos precisam trabalhar para entender que a indústria automotiva dos dois países estão integradas, com fábricas de diversas marcas no Brasil e na Argentina, onde são montados diferentes tipos de automóveis. “Não é um simples comércio de carros. Os países têm uma relação de produção integrada. Foram feitos investimentos tanto aqui, como lá”, explicou. Um exemplo é o Ford Focus, que vem da Argentina.
Segundo Moan, o momento mais crítico já passou e deve haver uma melhor no fluxo comercial a partir de maio. “O que me dá certeza de um bom resultado nessa negocição é justamente a interdependência. Precisamos continuar produzindo e vendendo os veículos montados lá ou aqui”, afirmou.
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