por
Lucas Franco
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
As dificuldades em conseguir atendimento rápido nos hospitais
públicos de Salvador não devem ser experimentadas pelos turistas que vêm
acompanhar a Copa do Mundo, é o que afirmam os responsáveis pelo setor.
Isso porque, durante a competição, serão desenvolvidas estratégias de
curto prazo para fazer com que o evento internacional seja um sucesso.
Conforme explica a diretora de atenção e saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS), Luciana Peixoto, um aparato está sendo preparado para os dias de jogos. “Trabalhamos no Serviço Único de Saúde (SUS) como um todo. Nosso plano é integrado nas esferas municipal, estadual e federal. A Copa das Confederações mostrou que deu tudo certo. Nos dias de jogos teremos postos no perímetro da Arena, um na Bonocô, em frente à Codesal, o outro próximo do 5º Centro e outro próximo do Fórum Rui Barbosa, na unidade Ramiro de Azevedo. Além desses três postos, teremos três salas de vacinas, no 5º Centro, Ramiro de Azevedo e aeroporto, e mais ambulâncias em dias de jogos e fiscalização da vigilância sanitária”, conclui.
Por outro lado, a diretora da SMS observa que os baianos é que estarão mais vulneráveis em junho devido à possibilidade de surgimento de doenças trazidas por turistas. “Nossa prioridade é sempre o baiano. Eles (estrangeiros) estão vindo de outra cultura. Há casos de cólera em Cuba, sarampo na Europa, e ficaremos de olho em outras doenças que podem ser trazidas. Porque a Copa vai, mas a doença fica”, explica.
Se existe a expectativa sobre como estarão os hospitais públicos na Copa, há baianos que costumam utilizar os serviços, e aprovam. Tia de um rapaz que levou um tiro na cabeça em uma festa em São Sebastião do Passé, a dona de casa Márcia Moreira dos Santos, 32 anos, deu nota 8 para o Hospital Geral do Estado (HGE). Apesar disso, ela ainda faz uma ressalva.
“O hospital não é ruim, o problema é que tem muita gente, de tudo quanto é lugar, deveriam ampliar. Precisa de UTI, meu sobrinho está internado desde domingo e precisa urgente. Os médicos trabalham mal-humorados, na segunda-feira um veio dizer algo negativo, que o caso dele não teria jeito, e depois veio outro que pediu calma e que ele estava estável”, contextualiza.
Mas há quem não tenha a mesma opinião. Esperando atendimento, o estudante Romildo Nascimento, 23 anos, discorda de Márcia. “Aqui é ruim. A saúde é a mesma coisa, não mudou nada. Não acho que os estrangeiros vão precisar dos médicos daqui”, opinou.
Já os profissionais das instituições de saúde reclamam das condições para prestar melhor atendimento. A falta de equipamentos é a principal queixa dos médicos, segundo o presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed-BA), Francisco Magalhães.
“O Brasil não está preparado para atender sua população no dia a dia, quanto mais em uma Copa. Estaremos em nossos postos de trabalho, mas como dar o melhor para o paciente sem ter condições? Assim como a população, somos vítimas”, desabafa Francisco, que não poupa o governo em todas as esferas, municipal, estadual e federal. “A culpa é dos gestores, que são lenientes, sínicos e as vezes têm o descaramento de responsabilizar os médicos”, completa.
A insatisfação acerca da saúde pública atinge também funcionários de outros setores dos hospitais, que dizem se sentir impotentes para lidar com a tristeza de parentes de pacientes que os responsabilizam pela demora nos atendimentos. “Atendem mal os pacientes, dizem que não tem médico, quando na verdade tem. Para o médico atender, tem que ter autorização do coordenador, a maca fica presa no necrotério, e não tem cadeira de rodas para transportar o paciente, e às vezes eles fazem até as necessidades lá”, opinou um maqueiro terceirizado do Hospital Roberto Santos que não quis se identificar.
Outra funcionária do local, que também preferiu manter o anonimato, diz acreditar que há evolução nos investimentos de saúde, mas ainda acredita que falte muito para chegar ao ideal. “O serviço tem que melhorar. Não sei se a cidade está preparada para receber turistas”, afirmou a mulher que trabalha na higienização.
Planos de prevenção
Para proteger os baianos de eventuais doenças trazidas do exterior e cuidar bem dos visitantes, a Coordenação Estadual de Vigilância de Emergência e Saúde Pública (Cevesp), pertencente à Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB) elaborou planos de promoção, prevenção, proteção, vigilância, resposta rápida, assistência e recuperação.
“No Brasil a vacina não é obrigatória como em outros países, mas é recomendada. Não há sarampo na Bahia desde 2005, embora existam casos no Ceará, Pernambuco, São Paulo e principalmente na Europa. A grande maioria dos turistas estrangeiros, na Copa, deve vir com plano particular, em torno de 80% a 95%. Entre os turistas brasileiros, 40% a 60% terão cobertura de plano nacional”, descreve o coordenador da Cevesp, Juarez Dias.
As ações de promoção da Cevesp, parte da Sesab responsável por eventos de massa como o mundial de futebol, Carnaval e São João, envolvem alertar o turista a, por exemplo, usar roupas leves e protetor solar. A prevenção, por sua vez, tem sido aplicada desde o ano passado, principalmente em pessoas mais expostas ao contato com estrangeiros, como taxistas, funcionários do aeroporto, porto e hotéis.
A vigilância sanitária, por sua vez, deve monitorar lanchonetes e restaurantes próximos dos locais dos jogos de forma mais intensa. Também serão realizadas ações de prevenção contra doenças sexualmente transmissíveis.
Conforme explica a diretora de atenção e saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS), Luciana Peixoto, um aparato está sendo preparado para os dias de jogos. “Trabalhamos no Serviço Único de Saúde (SUS) como um todo. Nosso plano é integrado nas esferas municipal, estadual e federal. A Copa das Confederações mostrou que deu tudo certo. Nos dias de jogos teremos postos no perímetro da Arena, um na Bonocô, em frente à Codesal, o outro próximo do 5º Centro e outro próximo do Fórum Rui Barbosa, na unidade Ramiro de Azevedo. Além desses três postos, teremos três salas de vacinas, no 5º Centro, Ramiro de Azevedo e aeroporto, e mais ambulâncias em dias de jogos e fiscalização da vigilância sanitária”, conclui.
Por outro lado, a diretora da SMS observa que os baianos é que estarão mais vulneráveis em junho devido à possibilidade de surgimento de doenças trazidas por turistas. “Nossa prioridade é sempre o baiano. Eles (estrangeiros) estão vindo de outra cultura. Há casos de cólera em Cuba, sarampo na Europa, e ficaremos de olho em outras doenças que podem ser trazidas. Porque a Copa vai, mas a doença fica”, explica.
Se existe a expectativa sobre como estarão os hospitais públicos na Copa, há baianos que costumam utilizar os serviços, e aprovam. Tia de um rapaz que levou um tiro na cabeça em uma festa em São Sebastião do Passé, a dona de casa Márcia Moreira dos Santos, 32 anos, deu nota 8 para o Hospital Geral do Estado (HGE). Apesar disso, ela ainda faz uma ressalva.
“O hospital não é ruim, o problema é que tem muita gente, de tudo quanto é lugar, deveriam ampliar. Precisa de UTI, meu sobrinho está internado desde domingo e precisa urgente. Os médicos trabalham mal-humorados, na segunda-feira um veio dizer algo negativo, que o caso dele não teria jeito, e depois veio outro que pediu calma e que ele estava estável”, contextualiza.
Mas há quem não tenha a mesma opinião. Esperando atendimento, o estudante Romildo Nascimento, 23 anos, discorda de Márcia. “Aqui é ruim. A saúde é a mesma coisa, não mudou nada. Não acho que os estrangeiros vão precisar dos médicos daqui”, opinou.
Já os profissionais das instituições de saúde reclamam das condições para prestar melhor atendimento. A falta de equipamentos é a principal queixa dos médicos, segundo o presidente do Sindicato dos Médicos da Bahia (Sindimed-BA), Francisco Magalhães.
“O Brasil não está preparado para atender sua população no dia a dia, quanto mais em uma Copa. Estaremos em nossos postos de trabalho, mas como dar o melhor para o paciente sem ter condições? Assim como a população, somos vítimas”, desabafa Francisco, que não poupa o governo em todas as esferas, municipal, estadual e federal. “A culpa é dos gestores, que são lenientes, sínicos e as vezes têm o descaramento de responsabilizar os médicos”, completa.
A insatisfação acerca da saúde pública atinge também funcionários de outros setores dos hospitais, que dizem se sentir impotentes para lidar com a tristeza de parentes de pacientes que os responsabilizam pela demora nos atendimentos. “Atendem mal os pacientes, dizem que não tem médico, quando na verdade tem. Para o médico atender, tem que ter autorização do coordenador, a maca fica presa no necrotério, e não tem cadeira de rodas para transportar o paciente, e às vezes eles fazem até as necessidades lá”, opinou um maqueiro terceirizado do Hospital Roberto Santos que não quis se identificar.
Outra funcionária do local, que também preferiu manter o anonimato, diz acreditar que há evolução nos investimentos de saúde, mas ainda acredita que falte muito para chegar ao ideal. “O serviço tem que melhorar. Não sei se a cidade está preparada para receber turistas”, afirmou a mulher que trabalha na higienização.
Planos de prevenção
Para proteger os baianos de eventuais doenças trazidas do exterior e cuidar bem dos visitantes, a Coordenação Estadual de Vigilância de Emergência e Saúde Pública (Cevesp), pertencente à Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB) elaborou planos de promoção, prevenção, proteção, vigilância, resposta rápida, assistência e recuperação.
“No Brasil a vacina não é obrigatória como em outros países, mas é recomendada. Não há sarampo na Bahia desde 2005, embora existam casos no Ceará, Pernambuco, São Paulo e principalmente na Europa. A grande maioria dos turistas estrangeiros, na Copa, deve vir com plano particular, em torno de 80% a 95%. Entre os turistas brasileiros, 40% a 60% terão cobertura de plano nacional”, descreve o coordenador da Cevesp, Juarez Dias.
As ações de promoção da Cevesp, parte da Sesab responsável por eventos de massa como o mundial de futebol, Carnaval e São João, envolvem alertar o turista a, por exemplo, usar roupas leves e protetor solar. A prevenção, por sua vez, tem sido aplicada desde o ano passado, principalmente em pessoas mais expostas ao contato com estrangeiros, como taxistas, funcionários do aeroporto, porto e hotéis.
A vigilância sanitária, por sua vez, deve monitorar lanchonetes e restaurantes próximos dos locais dos jogos de forma mais intensa. Também serão realizadas ações de prevenção contra doenças sexualmente transmissíveis.
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