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Marli Moreira - EBC
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
A exemplo do que vem ocorrendo nos últimos quatro anos, os ganhos ficaram mais concentrados na faixa entre 1% e 2% acima da taxa. Os ganhos reais acima de 5% que, em 2012, chegaram a 4,5% das negociações, no ano passado, foram praticamente, nulos, atingindo apenas 0,3% das negociações. Não foram registrados aumentos entre 4% e 5%. Na faixa de 2% a 3% , houve êxito em 14,8% dos acordos coletivos.
O estudo do Dieese indica ainda que, em 6,9% das unidades negociadas, só houve a reposição da perda inflacionária. Em 6,3% dos casos, o reajuste ficou abaixo da inflação.
O comércio foi o setor que teve melhor desempenho, conseguindo ganhos reais em 98% de 111 negociações. “Isso é efeito da política de valorização do salário mínimo”, diz economista José Silvestre, responsável pelo estudo. Para ele, essa liderança está associada ao fato de o comércio concentrar empregados com remuneração mais próxima do salário mínimo vigente.
Na indústria, os segmentos que mais tiveram ganhos reais foram o da construção e do mobiliário, o de papel, papelão e cortiça, o de metalurgia e mecânica e de material elétrico e alimentação.
O economista lembrou também que as obras de infraestrutura e as voltadas para sediar a Copa do Mundo bem como construções leves têm mantido o segmento da construção civil em alta e isso se reflete em maiores chances de se obter melhoria salarial.
Por região, as correções acima do INPC predominaram em todas as partes do país. O Sul ficou com o maior percentual médio (1,37%), seguido do Nordeste (1,29%), Sudeste (1,23%); Norte (1,20%) e Centro-Oeste (0,97%). Nas negociações com abrangência nacional ou interregional, o aumento acima da inflação alcançou a média de 0,66% ante 1,29%, em 2013.
Para José Silvestre é necessário ampliar o debate em torno da diferença entre a correção salarial e o aumento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O economista observou que, no ano passado, enquanto 2,3% dos reajustes não passaram de 2%, o PIB nacional cresceu 2,3%.
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