O único debate real que pode se realizar
no Brasil é entre conservadores e progressistas. Restaurar a linguagem é
também fazer a contrarrevolução.
Fernando
Gabeira publicou artigo no Estadão (2014 está rolando), no qual
escreveu: “Independente de grandes manifestações, o Brasil merecia um
grande debate, pois é uma eleição que potencialmente pode definir rumos.
A maioria quer mudança. Mas isso não quer dizer nada, pois as eleições
podem consagrar o mesmo bloco de partidos que está no poder. O desejo de
mudança vai perseguir o próximo vencedor. Ele, naturalmente, pode
resistir, argumentando que venceu”.
Quem acompanha o que Gabeira escreve sabe
que, por “mudança”, entende ele o “avanço” da agenda revolucionária,
sempre permanente e insaciável e que nunca é concluída. Mas há um anseio
por outro debate, daqueles que querem mudar a nova tábua de valores
implantada pelas esquerdas desde 1985. Aqui, a mudança significa
retroagir, restabelecer o código de valores perdido, literalmente
realizar a contrarrevolução gramsciana.
Os grupos que se empenham por esse debate
são numerosos e representativos. São os católicos, os evangélicos e os
espíritas que agiram no Congresso para barrar as aberrações mais graves
nos costumes. Pode-se ver que nesse grupo está contida a imensa maioria
da população brasileira, cada vez mais enojada com os políticos
revolucionários, mentirosos desde sempre, que agem na calada da noite
contra os valores da nossa gente.
Um exemplo é a própria presidente Dilma
Rousseff, que recebe as lideranças religiosas, posa de religiosa
enquanto incentiva seus ministro a correrem com a agenda revolucionária.
Não é mera hipocrisia, é tática. O
único debate real que pode se realizar no Brasil é entre conservadores e
progressistas. Debate no seio da esquerda para saber quem é mais
socialista e mais revolucionário é falso, pois os contentores concordam
com as premissas e conclusões. Discordam apenas quanto à velocidade da
realização das mudanças.
Na cabeça do Gabeira quem deve puxar o
debate são os anarquistas revolucionários que incendiaram o Brasil em
2013, realizando incríveis e criminosos quebra-quebras. É a linha de
frente revolucionária. Querem apenas apressar o parto da revolução meia
boca que o PT tem realizado até aqui.
Gabeira concluiu, querendo ser
espirituoso: “O ano apenas começou a rolar. Ainda uso palavras do ano
passado e, como diz o poeta T. S. Elliot, palavras do ano passado
pertencem à linguagem do ano passado e as palavras de um novo ano
esperam outra voz. Isso predispõe à abertura ao imprevisível. Mas um
olhar mais largo aos acontecimentos que preocuparam no final do ano
mostra que eram previsíveis”.
Gabeira aqui é inteiramente
revolucionário. Quer palavras novas para novos gestos políticos, “novos”
apenas em relação à nossa própria história, que o socialismo é
velhíssimo, com um passado infausto e um futuro mais ainda. Precisamos
das palavras velhas com seus velhos significados. Restaurar a linguagem é
também fazer a contrarrevolução. É urgente e essencial.
ESCRITO POR NIVALDO CORDEIRO - De Mídia sem Máscara.
http://www.midiasemmascara.org/artigos/governo-do-pt/14816-que-debate.html
http://sociedademilitar.com.br
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