| 24 Janeiro 2014 / Midia sem Máscara
Notícias Faltantes - Foro de São Paulo
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Timochenko continua na Venezuela coordenando com o governo de Maduro como fazer dano à Colômbia e favorecer as FARC.
A trégua de dezembro foi aproveitada pelas FARC para refinar seu plano estratégico.
Enquanto Santos e seu bando de aduladores celebraram com bandas e fanfarras, que as FARC se prestaram para a farsa de fazer um “acordo” sobre o ponto 2 da agenda acerca da presumível participação política, com o qual o jogador de pôquer do Palácio de Nariño ratificou seu veleidoso desejo de ser re-eleito, mesmo que ele não saiba para quê, nem sirva para maior coisa no cargo. O importante para ele e sua casta é que a Colômbia o reeleja e ponto. É um direito natural para ele e os de sua coorte. Os demais colombianos são seus vassalos históricos.
Politiqueiro como sempre foi em toda a sua vida, além de inepto como demonstrou
ser na condição de vice-presidente, ministro da Justiça e em 1991 nos
diálogos de Caracas e Tlaxcala, Humberto De La Calle assumiu com
obediência de cão amestrado, todas as ordens do quase monarca
hereditário de Palácio para dizer que tudo está bem, que as conversações
vão por bom caminho e evidentemente, para tomar um longo mês de
descanso com seus assessores mudos, devido ao “stress” das intensas
conversações em Havana.
Por
sua parte, as FARC, que contam com toda uma trama política,
propagandística, jurídica, de organizações de apoio ao terrorismo, braço
político próprio e um plano estratégico coerente para seus objetivos a
curto, médio e longo prazo, aproveitaram esse longo mês sabático dos
adoradores re-eleicionistas de Santos, para fazer um plano ampliado com
os guerrilheiros cabeças das Frentes, bem-vindos como sempre em Cuba.
Em
sessões políticas apadrinhadas pela ditadura cubana, os terroristas que
dirigem as Frentes examinaram com os negociadores das FARC em Cuba, o
bom, o mal e o feio do que se fez até agora, estudaram a situação
operacional e administrativa de cada Bloco de Frentes, confrontaram
avanços e retrocessos políticos e armados em torno ao Plano Estratégico
das FARC, e evidentemente redefiniram procedimentos políticos para a
mesa nos temas vindouros e armados com as quadrilhas na Colômbia, assim
como as tarefas para seus estafetas em ONGs e até no Congresso, pautas
para as milícias bolivarianas e missões concretas para o Movimento
Bolivariano e o Partido Comunista Clandestino, que não são tão
clandestinos.
Uma
dessas condições foi impor a Santos que tirasse Julián Conrado do
veraneio protegido pela inteligência militar venezuelana, pois ali se
tornavam muito evidentes as coordenações que este bandido faz com
narcotraficantes de armas e drogas, como fazia Raúl Reyes com certas
limitações quando vivia na selva do Equador.
Em
troca ia para Cuba, ficava livre como aconteceu na ocasião com Rodrigo
Granda, se tiraria de suas costas o pedido de extradição, simularia
estar muito doente, mas sobretudo poderia estar em contato direto com os
cabeças das FARC e negociar armas e drogas com a caterva de
delinqüentes internacionais que, protegidos pela ditadura cubana, entram
e saem diariamente da ilha.
Por
essas razões, ao reiniciar o terceiro ato da ópera bufa chamada
“processo de paz”, as FARC voltaram ao ponto zero. Publicaram uma
extensa crítica às explicações de Santos e De La Calle às Forças
Militares acerca do que sucede nas conversações, negaram ser estourados,
retomaram a proposta de legitimar a coca apresentada no El Caguán,
propuseram uma vez mais acabar com as Forças Militares, que é o único e
principal objetivo que pretendem alcançar ao lado da legitimação
política, e por essa mesma rota avançar para o governo de transição do
'Socialismo do Século XXI'.
Algo
tão claro e elementar de deduzir que parece não ter cabimento nas
brilhantes e lúcidas inteligências dos mudos negociadores em Havana, dos
senadores e ministros untados de marmelada, dos diretores de meios de
comunicação comprados com pauta publicitária, das massas ignorantes
compradas com populismos de casas presenteadas, e a palhaçada reiterada
de Santos de que toda pessoa que se oponha à sua egocêntrica e ilimitada
vaidade re-eleicionista é um guerreirista, um inimigo da paz e um
promotor da guerra pela guerra.
A
estupidez coletiva não deixa ver que os chefes das FARC não estão nem
interessados, nem dedicados a negociar a paz. Estão dedicados a tirar
vantagens políticas, estratégicas e militares desta farsa, derivada do
afã protagônico e re-eleicionista de Santos.
E
da mediocridade da direção política que em troca de pratos de
lentilhas, porções de marmelada ou serrotes administrativos, repete com
milimétrica exatidão a senvergonhice com que se permitiu a perda do
Panamá, o presente dos Monges à Venezuela, a fuga de Pablo Escobar da
Catedral, a eleição presidencial de personagens nefastos como López
Michelsen, Belisario Betancur, Virgilio Barco, César Gaviria, Ernesto
Samper, Andrés Pastrana e Juan Manuel Santos, a espúria sentença da
Corte de Haya a favor da Nicarágua, etc., etc.
Não
há objetivos nacionais nem líderes que os orientem, por isso os
negociadores foram nomeados a dedo, não para defender os interesses dos
colombianos e das Forças Militares, senão para apoiar a carreira
re-eleicionista de Santos, seu vaidoso desejo de ser nomeado Prêmio
Nobel da Paz e eventualmente Secretário Geral da ONU. Nesse grupo não
podia haver uma só voz dissonante do desejo vanglorioso de Santos. Ele
necessitava de dóceis e servis à sua disposição. E conseguiu!
De
La Calle, Jaramillo e Villegas haviam demonstrado sua incapacidade para
negociar com as FARC em processos anteriores do mesmo teor. O general
Mora Rangel foi débil de caráter e carente de liderança quando permitiu a
Andrés Pastrana que entregasse às FARC a sede de uma batalhão para que,
onde antes ondulava o pavilhão nacional, os terroristas instalassem um
trapo com o logo do bando terrorista. Sem consultar os militares ativos e
da reserva, foi posto alí onde, como um convidado de pedra, defende ou
justifica seu pagamento de salários e diárias em dólares, mas como diz
Vinasco Ch, “daquele nada”.
O
atentado hoje em Pradera (Valle), ligado com o de Inzá há um mês e o de
um helicóptero da Polícia em Antioquia há algumas semanas, sem
esclarecer ainda a denúncia de Uribe Vélez com outro helicóptero em
Anorí e outros atos terroristas que não transcendem nos meios de
comunicação impregnados de marmelada, refletem que as FARC estão
ganhando tempo e espaço, e fazendo o mesmo que Petro: dilatando o
cumprimento da lei, para com cúmplices e correligionários desferir
punhaladas na mesma democracia que por debilidade e falta de projeto
estratégico, tolera suas patifarias.
Finalmente,
jornalistas e analistas defasados, manipulados por suposições sem
valoração estratégica ou científica da guerra, asseguram que as FARC
estão divididas, que o Bloco Sul não está de acordo com o que se
conversa em Havana e mil insensatezes mais.
Por
carência de inteligência estratégica, a miopia analítica impede de
chegar ao coração do assunto. O Bloco Sul está financiando a guerra em
todo o país, continua consolidando áreas com as estruturas políticas
clandestinas controladas pelas milícias bolivarianas, mantém suas
Frentes intactas e prepara ações terroristas a longo prazo, além de
contar com a cumplicidade do governo de Correa no Equador para mover
seus delegados para Cuba, traficar coca, armas e apoiar em todos os
sentidos os demais terroristas das FARC. Além de ser a área piloto para a
tão sonhada república independente de Caquetania.
Timochenko
continua na Venezuela coordenando com o governo de Maduro como fazer
dano à Colômbia e favorecer as FARC, os cabeças em Havana com seu enorme
séquito de bandidos autorizados por Santos, desenvolvem com plena
liberdade os contatos internacionais que antes Raúl Reyes fazia com
muita dificuldade desde a selva equatoriana, ou Iván Márquez desde a
selva venezuelana, etc.
E
Santos com seu séquito de aduladores e comilões de biscoitos com
marmelada, empenhados na re-eleição com base em uma idealização de uma
paz que nem sequer passou pela mente da contraparte em Havana.
Não
conhecer o inimigo, e sobretudo não combater sua estratégia, é razão
mais que sobrada para perder qualquer guerra. Não é uma conclusão
pueril, nem um conceito tirado das nuvens: é o mais claro ensinamento de
todas as guerras.
Conrado
não foi a Cuba para se curar de uma enfermidade, a trégua de dezembro
foi aproveitada pelas FARC para refinar seu plano estratégico, não há
nenhuma intenção de paz fariana à vista e, uma vez mais, o governo
demonstra que sua única estratégia é utilizar as conversações em Cuba
para fortalecer sua desmedida ambição re-eleicionista, não importa para
quê nem porquê. O importante é que não se perca esse ansiado brinquedo.
Que Deus se apiade da Colômbia, porque não há pior cego do que o que não quer ver.
O coronel Luis Alberto Villamarín Pulido é analista de assuntos estratégicos, autor de 22 obras acerca do conflito colombiano, do terrorismo internacional, geopolítica, defesa nacional e história. Suas obras foram traduzidas em vários idiomas e ocupam os primeiros lugares de preferências dos leitores em formatos físico e eletrônico do gigante comercial Amazon.com. Para conhecer suas obras, acesse sua página: www.luisvillamarin.com.
Tradução: Graça Salgueiro
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