image_previewDo site Carta Capital.

Próximo da data limite para o registro da criação de partidos, o Partido Militar Brasileiro (PMB) corre contra o tempo para que a legenda seja regulamentada e possa concorrer nas próximas eleições. De acordo com as regras do Tribunal Superior Eleitoral, os partidos que quiserem lançar candidatos devem validar, até o dia 5 de outubro, as 492 mil assinaturas necessárias para a formalização de uma nova sigla. Caso consigam, a direção do partido pretende lançar o ministro Joaquim Barbosa como candidato à presidência.

Com o prazo apertado, o PMB deve simular a estratégia que a ex-ministra e possível candidata à presidência Marina Silva adotou com a sua Rede Sustentabilidade. Na ocasião, Marina pediu ao TSE uma tutela antecipada com relação ao encaminhamento das fichas de forma a mostrar que houve lentidão no processo de validação nos cartórios estaduais. Desde a redemocratização, em 1988, seria o 32º partido a ser criado no Brasil.

Apesar da pressa, o presidente de honra Capitão Augusto Rosa acredita que é bastante provável que as primeiras eleições do partido sejam em 2016, com votação para prefeitos e vereadores, mas mantém planos para uma possível disputa em 2014. “Acredito que para nós não haverá tempo hábil, então nós vamos apoiar algum candidato. Mas a Marina Silva pediu uma tutela antecipada ao TSE com relação ao encaminhamento de fichas. Se ela conseguir isso, nós também vamos pedir a tutela antecipada e lançar um candidato”.


O ministro do STF foi uma escolha praticamente unânime dentro das eleições internas do partido. A formalização do convite ainda não foi feita, mas o Capitão Augusto explica que já tem o discurso pronto para convidá-lo. “Eu tenho dúvida sobre se ele aceitaria, mas tenho esperança. Acho que ele já fez muito no Judiciário e é uma pessoa com ideiais. Tenho certeza que tem muito a oferecer no campo político”, completa.

Apesar da inclinação da maioria pelo ministro, existem oposições dentro do partido. O policial militar reformado Antonio Claudio Ventura, terceiro-secretário nacional. “Há dois anos, o partido queria o Eike Batista. Ele era um santo e agora olha o que acontece”. Ele diz acreditar que o futuro do partido é brilhante, desde que ele se abra verdadeiramente para a participação de civis.

O Partido Militar Brasileiro surge, segundo seu estatuto, para suprir a “‘necessidade” de a sociedade brasileira resgatar a ética, a moral e a honestidade na política nacional”, valores cultuados pelos militares.