MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Produtores discutem medidas de retaliação após conflito em MS


Cerca de 100 produtores reuniram-se nesta segunda-feira (3).
Entre propostas estão corte no fornecimento de carne e bloqueio de estradas.

Do G1 MS

Produtores discutem medidas de retaliação após conflito em MS (Foto: Fernando da Mata/G1 MS)Produtores reunidos no auditório da Acrissul (Foto: Fernando da Mata/G1 MS)
Cerca de 100 produtores rurais reuniram-se na sede da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul) na manhã desta segunda-feira (3) para definir estratégias de reação ao conflito agrário entre índios e fazendeiros. Durante o encontro, foram debatidas propostas de ações de retaliação, como bloqueio de estradas e corte no fornecimento de carne. Uma nova reunião está prevista para a tarde desta segunda-feira (3), quando deve ser redigida uma nota oficial sobre o posicionamento da entidade e dos produtores.

Segundo o presidente da entidade, Francisco Maia, um dos pontos de consenso entre os produtores é o pedido de intervenção federal. "Vamos tomar decisão de pedir intervenção federal na área de conflito, e também vamos pedir para que deputados federais e senadores intercedam por nós. Não existe mais estado de direito", aponta Maia.
Sidrolândia 31-05 (Foto: Editoria de Arte/G1)
Jucimara Bacha, proprietária da fazenda Buriti e mulher do fazendeiro Ricardo Bacha, discursou durante a reunião e pediu unidade à classe produtora. "Acabou o momento de reagir pessoalmente. Temos que juntar as entidades para fazer um movimento organizado. Eu perdi minha casa. Só com a luta unida vamos vencer. Tudo o que as ONGs querem é que matemos um índio. Não vamos morder a isca", declarou.

Cenário
A fazenda Buriti foi ocupada em 15 de maio. Na última quinta-feira (30), um índio de 36 anos morreu após cumprimento de mandado de reintegração de posse. Houve confronto entre indígenas e policiais. Na sexta, a propriedade foi novamente ocupada pelos terena.

A Buriti está em área reivindicada pelos índios em um processo que se arrasta há 13 anos. A terra indígena Buriti foi reconhecida em 2010 pelo Ministério da Justiça como de posse permanente dos índios da etnia terena. A área de 17,2 mil hectares foi delimitada, e a portaria foi publicada no Diário Oficial da União. Mas até hoje a Presidência da República não fez a homologação. O relatório de identificação da área foi aprovado em 2001 pela presidência da Funai, mas decisões judiciais suspendem o curso do procedimento demarcatório.

Em 2004, a Justiça Federal declarou que as terras pertenciam aos produtores rurais. A Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Ministério Público Federal recorreram. Em 2006, o Tribunal Regional Federal modificou a primeira decisão e declarou a área como de ocupação tradicional indígena. Produtores rurais entraram com recurso e conseguiram decisão favorável em junho de 2012.

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