Cerca de 10 mil participam de segundo protesto na capital sergipana.
Batalhão de Choque acompanha e tenta impedir atos de vandalismo.
Policiais fazem barreira na porta da prefeitura de Aracaju (Foto: Reprodução/TV Sergipe)
O Centro Administrativo Aloísio Campos, onde funciona a Prefeitura de Aracaju,
foi alvo de ações de vandalismo por uma minoria radical que está
participando de uma manifestação nesta terça-feira (25). Eles chegaram
ao local fazendo muito barulho e gritando palavras de ordem contra as
autoridades e polícia, em seguida começaram a jogar pedras, madeiras e
fogos de artifício no prédio. Alguns subiram na guarita e incentivaram
os outros a subir também. Os vidros foram quebrados e o clima seguiu
tenso até a chegada do Batalhão de Choque que chegou em seguida para
evitar o vandalismo.“Estamos evitando o confronto. Nossa missão é de paz. Depredar patrimônio público é crime. O cidadão tem o direito legitimo de manifestar na paz. Não viemos aqui para agredir nenhum cidadão”, garante o major Rollemberg, do Batalhão de Choque que está no local com 50 policiais.
O prefeito de Aracaju João Alves Filho não está na prefeitura, apenas alguns funcionários e seguranças estão no local, ninguém foi atingido.
Manifestantes se aglomeram na porta da Prefeitura de Aracaju (Foto: Flávio Antunes/G1)
Mais de 10 mil manifestantes voltaram às ruas de Aracaju nesta
terça-feira (25) para protestar contra a tarifa e qualidade do
transporte público da capital, primeira reivindicação do movimento que
foi iniciado há duas semanas em São Paulo e ganhou às ruas de todo o
país. Os motivos se ampliaram e os sergipanos confeccionaram cartazes e
estão reivindicando os custos da Copa do Mundo, problemas no serviço
público, corrupção, educação, cidadania e rejeição à Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) que limita o poder de investigação do Ministério
Público e atribui às polícias a exclusividade das apurações criminais.O primeiro ato em Aracaju ocorreu na quinta-feira (20) de forma pacífica e reuniu cerca de 20 mil pessoas. “Nosso objetivo foi atingido. Lutamos pelos nossos direitos de forma digna, sem desrespeitar as autoridades nem o próximo, lutamos por um país melhor. Participamos de um momento histórico em Sergipe e estamos felizes porque nossa mensagem foi bem entendida e todos saíram de casa com o mesmo proposito”, orgulha-se Demétrio Varjão, integrantes do Movimento Não Pago.
Para o segundo protesto, Demétrio disse que o grupo está seguindo junto pelas ruas e não será dividido como na semana passada. “Entendemos que o ato será mais forte com todos juntos nas ruas e não queremos a presença de bandeiras de partidos políticos nesta terça”, explica.
O ato seguia pacífico até chegar na Prefeitura de Aracaju, onde uma pequena minoria atacou o prédio. De acordo com a Polícia Militar, mais de 10 mil pessoas estão nas ruas. “O grupo está crescendo nas ruas. Na concentração havia 5mil pessoas e quando a passeata seguiu muita gente aderiu e o número dobrou", explica Major Paiva.
Antes da manifestação, o prefeito de Aracaju João Alves Filho, reduziu a tarifa de ônibus de R$ 2,45 para R$ 2,35. Ele argumentou que a redução foi possível pelo fato de no fim de maio, o Governo Federal desonerar as empresas de ônibus do pagamento de PIS e cofins. O valor da nova tarifa foi aprovado no início da tarde desta terça-feira por 17 votos a favor contra 5 na Câmara dos Vereadores de Aracaju.
Mas o novo valor não agradou e os manifestantes pedem a revogação da lei. “Por mais que esse fato pareça uma vitória das pressões populares, na realidade não passa de uma falsa redução. A tarifa não foi reduzida, na verdade foi reajustada de R$ 2,25 para R$ 2,35. Com a exclusão dos impostos no cálculo da tarifa, a prefeitura sanou apenas uma das graves irregularidades contidas na planilha de custos da SMTT. Vale lembrar que mesmo com um valor de R$ 2,35, o cálculo tarifário continua incluindo custos inexistentes, sem os quais o valor tarifário real seria R$ 1,92. Lutamos também pelo passe livre dos estudantes e desempregados ”, explica o economista e integrante do Movimento Não Pago, Demétrio Varjão.
Mesmo com o anúncio da redução do preço das passagens do transporte público, os protestos foram mantidos e estão foram realizados em dezenas de municípios e devem continuar nos próximos dias.
Aracajuanos se reunem para manifestação (Foto: Flávio Antunes/G1)
Os comerciários de Sergipe decidiram aderir ao protesto e de acordo com
o presidente da Federação dos Comerciários, Ronildo Almeida, eles
decidiram fechar as lojas no início da tarde e seguiram para às ruas com
os colaboradores. “Estamos participando e ajudando a fortalecer essa
manifestação que é um ato de cidadania. Os protestos já começaram a
mudar o Brasil. Quando o povo se une em torno de um projeto coletivo, o
resultado é positivo”, avalia Ronildo Almeida.Pacto e Plebiscito
Após dezenas de manifestações nas principais cidades do Brasil, a presidente Dilma Rousseff convocou todos os governadores dos estados e os 26 prefeitos das capitais para participar de uma reunião no Palácio do Planalto, em Brasília, na segunda-feira (24), e propôs o a adoção de cinco pactos nacionais (por responsabilidade fiscal, reforma política, saúde, transporte, e educação). O governador em exercício de Sergipe, Jackson Barreto, sugeriu a criação do vale-transporte social como parte da solução dos problemas de mobilidade urbana no país. O prefeito de Aracaju João Alves Filho também participou da reunião.
A presidente também apresentou a proposta de convocação de um plebiscito para que o eleitorado decida sobre a convocação de um processo constituinte específico destinado a fazer a reforma política.
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