Valcke volta a dizer que não há plano B para sediar a Copa do Mundo, cita números positivos e agradece ao Taiti pela marca de 58 gols atingida
O primeiro pronunciamento foi do diretor de comunicação da Fifa, Walter de Gregorio, já avisando que os comentários da entidade a respeito dos protestos continuariam limitados à mesma posição que vem sendo dada desde o início da competição - a de que se respeita o direito de manifestação, desde que de forma pacífica. Argumentou que é uma "posição delicada" para a Fifa que, se comenta, está interferindo em questões internas do país e, se prefere não comentar, é criticada por se preocupar apenas com futebol e nada mais.
O pronunciamento antecedeu uma longa explicação sobre números e investimentos para as Copas do Mundo e das Confederações. Estiveram presentes na mesa o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, o secretário-executivo do Ministério dos Esportes, Luís Fernandes, e o diretor-executivo do Comitê Organizador Local (COL), Ricardo Trade.
Aldo Rebello (no centro) da coletiva da Fifa (Foto: Vicente Seda)
O primeiro a falar foi Valcke, que de início, se limitou a comentar
dados esportivos e comerciais do evento. Agradeceu, sorridente, ao
Taiti, pela marca de 58 gols atingida na primeira fase na competição.
Mais tarde, na coletiva, voltou a deixar claro que não há um plano B,
assim como nenhuma oferta de outro país para sediar a Copa do Mundo em
2014.- Temos grandes números no torneio. Neymar é o goleador mais novo, temos 58 gols no torneio. Obrigado, Taiti. Mas, mesmo sem o Taiti, a média é muito boa. Além disso, os quatro semifinalistas são campeões mundiais. Isso é muito importante.
Porém, a intenção da reunião de peixes graúdos na mesa ficou evidente mesmo no discurso do ministro Aldo Rebelo. Sem cerimônia, começou sua explicação ressaltando, como fizera Joseph Blatter na última semana, que o Brasil não aceitou a Copa, mas pediu a Copa e, dessa forma, assumiu obrigações. Ele apresentou números mostrando os investimentos em saúde e educação, uma das principais reivindicações dos manifestantes pelo país.
- Só no orçamento de 2013, foram R$ 177 bilhões para saúde e educação. O orçamento do Ministério dos Esportes é mais ou menos 1% disso, incluindo os recursos destinados às rubricas de Copa do Mundo e Olimpíadas. Não há desvio de recursos dessas áreas para construção de arenas. Investimentos em educação triplicaram de 2007 a 2013: foram R$ 311,6 bilhões. Em saúde, mais do que dobraram, foram R$ 447 bilhões.
O secretário executivo do Ministério dos Esportes, Luís Fernandes, falou no mesmo tom.
- A Copa do Mundo e das Confederações representam uma oportunidade histórica para promover o desenvolvimento do país. O Brasil é um país em deselvolvimento, diferente da Alemanha e da Inglaterra. Esses investimentos seriam realizados de qualquer forma, com ou sem Copa, 62% dos investimentos são mobilidade urbana e aeroportos.
Pelo COL, Ricardo Trade fez balanço positivo das operações nos estádios, destacou o trabalho dos voluntários e ressaltou a importância da entrega dos demais estádios para a Copa do Mundo no prazo.
- Estamos muito contentes com a operação. Uma relação fácil que está levando a esse balanço positivo. O nosso balanço da operação é positivo. Os voluntários são um diferencial, têm sido sensacionais, sempre sorrindo. Claro que podemos melhorar, é um aprendizado. As equipes estão sendo bem atendidas, temos relatórios da satisfação delas. Melhora significativa da comunicação dentro dos estádios não é fácil, mas trabalhamos muito forte para que isso tivesse uma melhora. Os estádios precisam estar prontos até o fim do ano até para os gramados estarem bem ajustados, precisamos ser profissionais nesse ponto. Esses estádios e as sedes tiveram uma realização adequada para a Copa das Confederações. Não estamos dizendo que todos os problemas foram resolvidos ou se apresentaram. É um teste, um aprendizado. Mas a operação foi garantida a contento.
Jérôme Valcke e Aldo Rebelo na coletiva da Fifa (Foto: Vicente Seda)
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