Afirmação foi feita por ex-ministro na Comissão da Verdade de SP.
Delfim assinou documento que extinguiu direitos civis na ditadura.
Delfim Netto presta depoimento na Comissão da
Verdade de São Paulo (Foto: Roney Domingos/G1)
O ministro da Fazenda durante o período da ditadura militar, o
ex-deputado federal Antônio Delfim Netto disse, nesta terça-feira (25),
não se arrepender de ter assinado, em 1968, o Ato Institucional número
5, que extinguiu direitos civis e levou ao período de maior repressão no
país. A afirmação foi feita na Comissão Municipal da Verdade Vladimir
Herzog, realizada na Câmara Municipal de São Paulonesta manhã.Verdade de São Paulo (Foto: Roney Domingos/G1)
"Se as condições fossem as mesmas e o futuro não fosse opaco, eu repetiria. Eu não só assinei o Ato Institucional número 5 como assinei a Constituição de 1988", afirmou Delfim.
O Ato Institucional número 5 ou AI-5 foi o quinto de uma série de decretos emitidos pelo regime militar nos anos seguintes ao golpe de 1964 no Brasil. Aprovado em 13 de dezembro de 1968, o AI-5 deu plenos poderes ao presidente-marechal Artur da Costa e Silva e, entre outras medidas, permitiu o fechamento do Congresso, a intervenção do governo federal nos estados, institucionalizou a censura prévia e suspendeu o habeas corpus em casos de crimes políticos.
"Nunca apoiei a repressão. O AI-5 tinha um objetivo. Você estava em um momento muito difícil e tinha todo um projeto de reeditar a Constituição e fazer a eleição em 1969", disse Delfim Netto.
A Comissão da Verdade Vladimir Herzog, da Câmara Municipal de São Paulo, foi criada em abril de 2012 para apurar as violações de direitos humanos envolvendo casos de tortura, mortes, desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres ocorridos no município entre 1946 e 1988. Outra Comissão da Verdade funciona na Assembleia Legislativa.
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