O
endividamento dos consumidores de Fortaleza apresentou queda em
fevereiro, atingindo 70,8% dos lares, de acordo com a pesquisa mensal
realizada pela Fecomércio Ceará por meio do Instituto de Pesquisa e
Desenvolvimento do Comércio (IPDC). O número representa uma redução de
3,6 pontos percentuais em relação a janeiro (74,4%) e se mantém abaixo
do percentual registrado no mesmo período do ano passado (72,2%).
A
diretora institucional da Fecomércio, Cláudia Brilhante, avalia que o
cenário aponta para um maior controle financeiro por parte dos
consumidores, mas ainda exige atenção. "A redução do endividamento é um
dado positivo, pois demonstra um maior equilíbrio no consumo das
famílias e um maior poder de compra, o que é uma boa notícia para o
comércio”, destaca.
O
estudo aponta que o perfil do consumidor endividado em Fortaleza é
predominantemente formado por mulheres (71,8%), pessoas entre 25 e 34
anos (77,9%) e indivíduos com renda de até cinco salários-mínimos
(72,6%).
Entre
as principais fontes de endividamento, o cartão de crédito continua
sendo o maior vilão, citado por 82,6% dos entrevistados. Em seguida,
aparecem os financiamentos bancários (14,7%), os empréstimos pessoais
(11,5%) e os carnês e crediários (3,9%).
Os
gastos essenciais seguem sendo os principais responsáveis pelo
endividamento. Entre os entrevistados, 65,5% relataram que utilizam
crédito para a compra de alimentos, enquanto outros mencionaram despesas
com vestuário (37,3%), custos com saúde (28,5%) e aquisição de
eletrodomésticos (24,5%).
Menos consumidores com contas atrasadas
Outro
dado positivo do levantamento é a queda no número de consumidores com
contas em atraso, que caiu de 20,6% em janeiro para 18% em fevereiro – o
menor índice dos últimos cinco anos.
No
entanto, entre aqueles que ainda enfrentam dificuldades para manter as
contas em dia, os principais motivos citados foram o desequilíbrio
financeiro (59%), o adiamento do pagamento para outras prioridades
(39,7%), a perda de prazo por negligência (11,4%) e a contestação da
dívida (9%). O prazo médio de atraso das dívidas é de 75 dias, o que
reforça a necessidade de medidas para evitar a inadimplência.
Impacto no comércio local e desafios futuros
A
taxa de inadimplência potencial – que mede o percentual de consumidores
que terão dificuldades para pagar suas dívidas nos próximos meses –
ficou em 10% em fevereiro, um leve aumento em relação a janeiro (9,8%),
mas abaixo do índice registrado no mesmo período de 2024 (11,1%).
A
pesquisa também revelou que 74,9% dos consumidores de Fortaleza afirmam
fazer um orçamento mensal e acompanhar seus gastos, mas 25,1% ainda não
possuem um controle financeiro eficaz.
Os
principais fatores que impactam o orçamento dos consumidores cearenses
são a falta de controle dos gastos (62,4%), o aumento das despesas
essenciais (23,6%), compras por impulso (22,9%), gastos imprevistos
(15,4%) e desemprego (11,9%).
A
pesquisa também reforça a importância da educação financeira e do
consumo consciente para evitar o superendividamento e garantir um
equilíbrio sustentável nas finanças das famílias cearenses.
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