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Coreia do Sul
– Trabalhos científicos do Serviço Geológico do Brasil (SGB) – nas
áreas de geoquímica ambiental, recursos minerais marinhos e disseminação
do conhecimento geocientífico – ganharam destaque nesta terça-feira
(27), no 37º Congresso Internacional de Geologia (IGC),
que ocorre em Busan, na Coreia do Sul. Uma das apresentações abordou a
campanha de geoquímica ambiental na Terra Indigena Yanomami, no estado
de Roraima.
Em sessão especial, com o tema Geologia Médica, a
pesquisadora em geociências Patrícia Jacques, da Diretoria de
Infraestrutura Geocientífica (DIG), apresentou os resultados da pesquisa
realizada em outubro de 2022, que identificou mercúrio em sedimentos de
corrente da região. “Os resultados de água fluvial não apresentaram
valores de mercúrio acima do limite máximo da resolução CONAMA 357,
porém duas das amostras de sedimento de corrente apresentaram valores
superiores, cujo limite é 0,17 mg/kg, de acordo com a Resolução CONAMA
454”, explicou. Ambas foram coletadas próximas à cachoeira da Fumaça,
onde a pesquisadora relatou que havia uma draga de garimpo ilegal”,
explicou.
Outro trabalho na área de geoquímica ambiental,
apresentado no ICG 2024, foi: Efeitos da Drenagem Ácida de Minas
Provenientes da Mineração de Carvão na Qualidade da Água na Bacia do Rio
Araranguá. “Os resultados indicam que a mineração do carvão
intensificou os processos de interação entre água subterrânea e
superficial, de modo que, em ambos os compartimentos, são encontradas
assinaturas hidroquímicas semelhantes, além de razões de Deutério e
Oxigênio muito próximas da reta meteórica”, disse o pesquisador Marlon
Hoelzel, do Departamento de Gestão Territorial da Diretoria de
Hidrologia e Gestão Territorial (DEGET/DHT).
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Esse
trabalho contribui para as ações de recuperação ambiental e
monitoramento dos recursos hídricos da região da Bacia Carbonífera de
Santa Catarina, no Sul do Brasil, atingida pela mineração. Hoelzel
destaca que apresentar o projeto no IGC é importante para “trocar
experiências sobre impactos ambientais da mineração nos recursos
hídricos e buscar informações sobre como os outros países abordam o tema
de controle ambiental na mineração e na recuperação dos passivos
ambientais mineiros".
Potencial mineral do Oceano Atlântico Sul
Os
programas e projetos do SGB, para descoberta do potencial mineral de
rochas do Atlântico Sul, foram apresentados em sessão especial do
Projeto EMODNET (European Marine Observation and Data Network/Rede
Europeia de Observação e Dados Marinhos). “Apresentamos os locais e
objetivos dos projetos que realizamos e são desconhecidos do público
internacional. Nossos trabalhos visam a pesquisa e o reconhecimento dos
recursos minerais marinhos, incluindo metais de transição, petróleo,
energia eólica offshore”, detalhou a pesquisadora Luciana Felício
Pereira, da Diretoria de Geologia e Recursos Minerais (DGM).
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Entre
as ações apresentadas, estão pesquisas nas áreas de: Plataforma
Costeira Rasa, Sistema de Recifes Amazônicos, mapas de fundos marinhos,
Foz do Rio Jequitinhonha, Terraço Rio Grande, Elevação do Rio Grande e
Dorsal Meso-Atlântica. Os diálogos foram importantes para abrir novas
possibilidades de formação de parcerias, com foco no uso de navios e
equipamentos internacionais que podem otimizar as pesquisas no Brasil.
Dados científicos
Um
trabalho pioneiro, realizado pelo SGB na área de ciências de dados, foi
apresentado em sessão com o tema: SIG e Sensoriamento Remoto. O
pesquisador Carlos Eduardo Mota, coordenador do Núcleo de Data Science
do SGB, apresentou o pôster: (Open)GeoSGB: Estado da Arte da Transição
para uma Infraestrutura de Dados Espaciais Geológicos de Código Aberto,
Semiautomatizada e Pronta para FAIR do Serviço Geológico do Brasil.
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A
iniciativa em desenvolvimento dará base ao novo GeoSGB e facilitará o
acesso aos dados geocientíficos. “Abre um caminho importante, e sem
volta, para a adoção da filosofia "FAIR Data" para tornar o catálogo de
dados do SGB/CPRM uma riquíssima fonte de conhecimento, além de
democratizar o acesso aos dados. O conceito de FAIR Data resume-se em
tornar o dado localizável (Findable), acessível (Acessible),
interoperável (Interoperable) e reusável (reusable)”, contextualizou
Mota.
O pesquisador ressaltou a importância do SGB participar
desses debates de nível internacional: “Apresentar um produto em
desenvolvimento para outros colegas especialistas no tema permite
validar e ajustar procedimentos, trocar experiências e inserir
definitivamente o SGB no grupo seleto de especialistas em tecnologia
aplicada a dados geocientíficos. O SGB já possui referencial, quando se
trata de infraestrutura de dados espaciais em âmbito nacional”.
Comitiva do SGB no maior evento internacional das geociências
O
37º Congresso Internacional de Geologia (IGC) é o maior evento
científico da área e ocorre a cada quatro anos, sendo promovido pela
União Internacional de Ciências Geológicas (IUGS).
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A comitiva do SGB que participa do 37º Congresso Internacional de Geologia (IGS) é formada pelos pesquisadores Diogo Rodrigues, chefe do Departamento de Gestão Territorial da Diretoria de Hidrologia e Gestão Territorial (DEGET/DHT); Tiago Antonelli, chefe da Divisão de Geologia Aplicada (DIGEAP/DEGET/DHT); Maria Adelaide Mansini, chefe da Divisão de Gestão Territorial (DIGATE/DEGET/DHT); Guilherme Troian, chefe do Núcleo de Apoio de Criciúma; Marlon Hoezel, da DHT; Carlos Eduardo Mota, coordenador do Núcleo de Data Science da Diretoria de Infraestrutura Geocientífica (DIG); Cimara Monteiro, assessora da DIG; Patrícia Jacques, da DIG; Luciana Felício Pereira, da Diretoria de Geologia de Recursos Minerais (DGM), Deborah Mendes, da Assessoria de Assuntos Internacionais (Assuni); Hugo Polo, da DGM; Isabelle Serafim, da DGM; Rodrigo Adorno e Oderson Sousa, do Centro de Geociências Aplicada (CGA).
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