Os tecnocratas fizeram uma 'lavagem verde' nas suas reputações por meio do compromisso publicamente proclamado com o chamado desenvolvimento sustentável. Luciano Trigo para a Gazeta do Povo:
Quem
tem olhos para enxergar percebe que já está em pleno curso no planeta
um acelerado processo de transição para um novo sistema de governança
global centralizada: a tecnocracia totalitária, que se caracteriza pelo
controle total sobre a vida dos cidadãos, monitorada em todos os seus
aspectos.
Dispondo
de mecanismos de coerção para reprimir e silenciar qualquer dissidência
e esmagar de uma vez por todas a liberdade de expressão, a ditadura
distópica global terá o patrocínio dos megainvestidores internacionais e
a supeervisão da ONU, além do apoio dos grandes conglomerados de mídia.
Haverá
vigilância legal de todos os cidadãos e controle total de todas as
compras e contas bancárias. Adeus liberdades individuais. Os valores e
costumes tradicionais serão desencorajados e, com o tempo,
criminalizados e punidos.
Com
o pretexto da necessidade urgente de concentrar todos os esforços em um
único objetivo, o novo Estado tecnocrático justificará a relativização
ou mesmo a supressão de direitos básicos, como a liberdade de expressão e
a liberdade de ir e vir. Cada ser humano será monitorado
individualmente por redes de Inteligência Artificial (IA) que irão
puni-lo ou recompensá-lo, dependendo do seu comportamento.
Não
é ficção científica. Este objetivo único atende hoje pelo nome de
“desenvolvimento sustentável” – expressão frequentemente associada a
outras, como “economia verde” e “capitalismo de stakeholders”. É esta a
justificativa para a tecnocracia global ascendente se sobrepor à
soberania dos governos nacionais e à autodeterminação dos povos.
Os
tecnocratas afirmam que o desenvolvimento sustentável é a única maneira
de superarmos a crise climática que assola o planeta. Afirmam, também,
que os seres humanos são os únicos responsáveis responsáveis por essa
crise, que demanda uma solução urgente e um compromisso político global.
Governos do mundo inteiro devem abrir mão de suas prerrogativas como Estados-nação e aderir incondicionalmente aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) divulgados pela ONU e transformados em imperativos políticos nacionais.
A
China, com seu sistema de créditos sociais e outros mecanismos de
controle e coerção, está na vanguarda desse processo, mas o modelo que
ela adotou será gradativamente imposto a toda a humanidade, sem qualquer
resistência.
Quem
afirma tudo isso não sou eu: é o jornalista britânico Iain Davis, autor
dos livros “A dangerous ideology” (“Uma ideologia perigosa”, 2018) e
“Pseupandemic” (“Pseudopandemia”, 2021). Em uma série de artigos
publicados em seu blog, Davis
faz uma análise original perturbadora da geopolítica internacional. Os
céticos e os cínicos dirão que é teoria da conspiração. Mas... E se não
for?
Segundo
Davis, para que a tecnocracia global seja implantada, a autoridade dos
tecnocratas precisa primeiro ser reconhecida e consolidada, com a
colaboração de governos, organizações intergovernamentais e empresas
multinacionais, em uma espécie de “Parceria público-privada global
(G3P)”, interligada com o propósito de construir um sistema único de
governança planetária. É a fase na qual estamos.
Fato
é que muitas condições para a consolidação de uma governança
tenocrática global já estão dadas. Davis cita como sinal deste fenômeno o
poder crescente...
- da Organização Mundial de Saúde (OMS), sobretudo a partir da pandemia de Covid 19;
-
da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), capaz de
dificultar o acesso de determinados países ao desenvolvimento
tecnológico;
- da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que coordena políticas econômicas de diferentes países;
- da Organização Mundial do Comércio (OMC), que controla o comércio global por meio dos acordos internacionais que supervisiona;
- do Banco de Compensações Internacionais (BIS), que coordena a política monetária global e o fluxo de capitais;
-
e, evidentemente, da própria ONU e seus órgãos e programas
subsidiários, como a UNESCO, que fixa diretrizes globais para a educação
(diretrizes que já estão permeadas pela agenda woke), bem como o
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD e o Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PUMA – que, sempre segundo o
autor, são responsáveis pela “apropriação dos bens comuns globais e
pela financeirização da natureza, através de mecanismos como a regulação
do mercado de créditos de carbono”. Os 17 ODS são controlados
principalmente pelo PNUD e pelo PNUMA.
“O
consenso científico global sobre as alterações climáticas é
administrado centralmente – e os fluxos de financiamento são atribuídos
pelo Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC) da
ONU”, complementa Davis.
E
vai além: “Os indivíduos poderosos que estão impulsionando o projecto
G3P incluem um grupo heterogêneo de poluidores em massa, barões
ladrões, grileiros de terras e os principais expoentes mundiais da
exploração dos trabalhadores, da manipulação do mercado, da extorsão
monetária e da opressão.
"Eles
formam o que em outra época seria considerado um cartel criminoso, mas
fizeram uma lavagem verde nas suas reputações por meio do seu
compromisso publicamente proclamado com o chamado ‘desenvolvimento
sustentável’. Embora seja muitas vezes referida como ‘a elite’, uma
descrição mais adequada deste conjunto de ladrões é ‘a classe
parasita’”.
Davis
conclui: “O G3P conseguiu convencer centenas de milhões de cidadãos em
todo o mundo de que está empenhado em um ambientalismo sustentável - e
que o seu principal desejo é “salvar o planeta”. Na verdade, o objetivo
do G3P é impor à humanidade a tecnocracia e a governança global, por
meio das agendas políticas associadas aos ODS.
“Para
requisitar, mercantilizar, auditar e, em última análise, dividir os
recursos da Terra entre si, os investidores capitalistas que estão no
centro do G3P também precisam do controle tecnocrata dos seres humanos
em todo o mundo. Quando a humanidade acordar e finalmente descobrir o
que aconteceu, a tecnocracia já terá o poder de eliminar toda
resistência através do controle literal da população”.
No
futturo, conclui Davis, o mundo não será mais governado por políticos
eleitos, mas por tecnocratas cujas decisões irão se soprepor à vontade
popular e às escolhas dos parlamentos. Será o fim da política como
(ainda) a entendemos hoje.
“Como
o G3P conseguirá eliminar os direitos humanos em todo o mundo?, você
pode perguntar. A justificativa para a nossa escravização já foi
estabelecida: os riscos de biossegurança e a devastação ambiental que
ocorrerão se não obedecermos cegamente aos nossos senhores globais”.
Postado há 3 weeks ago por Orlando Tambosi
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