Candidato à presidência da Argentina, Javier Milei é uma espécie de Bolsonazi de direita; não só é contra o sistema, mas também contra pente, escova e tesoura. Agamenon Mendes Pedreira para a revista Crusoé:
Ao
contrário daquela parte remota da minha anatomia, o bolsotrumpismo de
extrema direita anarconeoliberal radicalista continua vivo e pulsando. O
novo representante desta estirpe de políticos antipolíticos é Javier
Milei, o descabelado candidato à Presidência da Argentina. Pelas suas
ideias extravagantes e reacionárias, Milei é uma espécie de Bolsonazi de
direita.
A
primeira coisa que chama a atenção é que esse tal de Milei não só é
contra o sistema, mas também contra o pente, a escova e a tesoura.
Radical. Milei pretende cortar todos os ministérios do país, o Banco
Central e os partidos políticos, mas se recusa veementemente a cortar o
cabelo, o que, aliás, só o Guga Chacra é capaz de explicar.
Mas
as semelhanças com o careta e conservador Bolsonaro acabam por aí.
Milei não defende a família, até porque não tem nenhuma: brigou com o
pai, brigou com a mãe e saiu de casa, igualzinho à Larissa Manoela.
Em
vez de ir morar com a avó (ia dar muito na pinta), resolveu dividir a
casa com a irmã em companhia de cinco cães da feroz raça mastim, um para
cada dia na semana. Um mastim devora por dia a mesma quantidade de
carne que uma família de brasileiros come num semestre.
Mas,
apesar de argentino, Milei tem alguns defeitos. É a favor do casamento
gay entre pessoas do mesmo sexo e também defende a venda de órgãos,
entre eles o Banco Central. Pensando bem, acho essa ideia de comércio de
órgãos vitais uma boa. No meu caso, poderia gerar alguma renda por
fora, quer dizer, por dentro, já que alguns deles eu nem uso mais, nem
lembro mais como se chamam. E tem alguns órgãos que, igual figurinha,
vêm em duplicata, como os rins, os pulmões e os testículos; dá pra viver
perfeitamente com um só deles. As mulheres, por exemplo, não têm nenhum
testículo e passam muito bem sem eles. Aliás, não tenho mais saco para
escrever sobre esse assunto tão escroto porque feministas radicais
reivindicam a colocação desse acessório como política de inclusão
morfológico-social da mulher em cirurgia paga pelo SUS.
Já
vi muitas coisas estranhas na vida, aliás, vejo todo dia no espelho do
banheiro aqui de casa. Mas uma coisa que não me causa nenhuma surpresa é
a atração de homens (e das mulheres do sexo oposto também) pelo poder.
Todos querem poder e poder, com ou sem PH! O poder nos dá o poder de
poder com todo mundo e, o que é melhor, não ser preso por isso. Vejam os
casos do Trump e do Bolsonaro, que estão aí, livres, leves e soltos.
Pode isso, Arnaldo?
Para
você chegar ao poder é preciso, antes de tudo, falar mal de quem estava
no poder antes. E, depois que assumir o poder, botar a culpa na herança
maldita que recebeu do governo anterior. É o caso do presidente Luísque
Inácio Lula da Silva, o Janja. Para justificar o recente apagão de
energia, mandou seus ministros dizerem que a culpa do apagão foi da
privatização da Eletrobras. Mas o brasileiro não tem medo do escuro, e a
prova disso é o afrorrapaz da Light que está aqui em casa trocando um
fusível e deixou a Isaura, a minha patroa, toda acesa.
Agamenon Mendes Pedreira é jornalista anarcoanarquista.
Postado há 3 weeks ago por Orlando Tambosi

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