MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 12 de junho de 2021

Queiroga tem que se demitir ainda hoje para não ficar desmoralizado

 


Charge do Zé Dassilva (Arquivo do Google)

Pedro do Coutto

O Jornal Nacional de ontem, da TV Globo, reproduziu uma fala do presidente Jair Bolsonaro durante um evento sobre Turismo, mas que ele transformou em uma peça de artilharia contra o ministro Marcelo Queiroga que vinha defendendo o uso de máscaras e a vacinação para conter a Covid-19. O episódio é comentado hoje pelo jornalista Bernardo Mello Franco, de O Globo.

Bolsonaro simplesmente revelou ter encomendado ao próprio Marcelo Queiroga um parecer sobre o qual ele se basearia para determinar a não obrigatoriedade do uso da máscara preventiva. Além desse aspecto, com a  intenção de obrigar a Queiroga a desmentir a si próprio, uma vez que na CPI da Pandemia destacou a importância do uso de máscara, ainda por cima referiu-se ao ainda titular da Saúde com uma frase que sintetiza a visão que Bolsonaro tem do próprio Queiroga, apesar de ser o autor de sua nomeação.

“TAL DE QUEIROGA” – Ele disse exatamente o seguinte: “Acabei de conversar com um tal de Queiroga, não sei se vocês sabem quem é. Ele vai ultimar um parecer para desobrigar o uso de máscara por parte daqueles que estejam vacinados ou que já foram ,contaminados, para tirar essa… (fazendo desdém da máscara) esse símbolo”.

Na versão de Bolsonaro, Queiroga ficou de estudar o assunto para dar o parecer. Uma situação que coloca Queiroga, como médico, em situação bastante desconfortável. O número de mortos cresce de forma avassaladora, assim como de contaminados. Mas Queiroga se revela incapaz de partir para um confronto direto com o coronavírus, sendo obrigado a deslocar o centro da discussão em face dos repetidos discursos presidenciais.

Nunca se viu um presidente da República se referir a um ministro seu desta forma. Queiroga, na minha opinião, tem o único caminho a seguir que é o de entregar ainda hoje a carta da sua demissão. Não pode continuar ministro um homem que recebe este tratamento do presidente. Caso contrário, terá criado para si mesmo uma situação vexatória na opinião da classe médica e de toda população.

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