Recentemente a Volkswagen anunciou que a plataforma Trinity permitirá a comercialização de diversos serviços a bordo de seus futuros carros elétricos e isso deverá custar bilhões de euros para a montadora.
Klaus Zellmer, gerente de vendas da Volkswagen, afirmou: “no futuro, nossos clientes comprarão, alugarão, compartilharão ou alugarão carros apenas por um fim de semana, e podemos usar o software para fornecer o que eles precisam pelo ar”.
Contudo, isso é apenas o começo de uma nova onda que pode mudar a propriedade do automóvel. Zellmer disse mais: “a família ID foi projetada para um maior desenvolvimento, com atualizações OTA para melhorar o desempenho do software e adaptá-lo às necessidades de nossos clientes.”
Já debatido no Fórum Econômico Mundial, a chamada “Grande Reinicialização”, que prevê que os consumidores não terão mais a propriedade de bens, que estarão nas mãos das empresas e grandes corporações.
Em troca, os serviços passarão a dominar o cenário econômico global, com o automóvel sendo um dos primeiros produtos a passar para esse lado. Nesse caso, a ideia da Trinity é ativar e desativar funcionalidades do carro.
O mesmo em relação a outros fabricantes, especialmente alemãs, que buscam comercializar funcionalidades de seus produtos para almejar lucros maiores.
A ativação de funcionalidades por períodos ou definitivamente é uma ação prevista para os futuros carros elétricos e altamente conectados. Em outras palavras, é como comprar um carro completo, mas não poder usar tudo dele sem pagar por fora.
Na VW, por exemplo, essa ideia já tem até preço. Zellmer comentou: “assumimos um preço de cerca de sete euros por hora. Portanto, se você não quiser dirigir sozinho por três horas, pode pagar 21 euros para fazê-lo”.
Ele se refere ao sistema de condução autônoma que será agregado aos carros ID, permitindo que toda a tecnologia a bordo seja cedida ao consumidor mediante um pagamento extra.
Então, mais adiante, ter condução autônoma por hora ou mesmo entretenimento com filmes, jogos e outros serviços estará totalmente atrelado a um programa de assinatura.
Por isso, a comercialização de funcionalidades tende a acelerar o processo de troca da propriedade do veículo pelo uso do mesmo através de assinatura, seja por três anos ou apenas algumas horas.
Mas, se isso parece algo para 2030, não se engane, já está sendo feito há bastante tempo. Algumas marcas praticavam isso através das revendas, ativando funcionalidades de sistemas já presentes a bordo, mediante a compra do “acessório”.
Usando um programa específico para liberação via OBD2, tais funções eram adicionadas ao carro como se fosse algo a ser instalado…
Atualmente, quem faz isso é a Tesla, que chegou mesmo a ser acusada de retirar o Auto Pilot de carros que já haviam sido revendidos por seus donos, para que os novos compradores tivessem que pagar pelo uso do sistema, como se o mesmo não fizesse parte do veículo.
O mais recente foi uma redução no alcance das baterias, tudo feito por atualização OTA, que será imprescindível para que as marcas possam ativar e desativar funções do automóvel, de acordo com o que os clientes desejarem ou não pagar.
[Fonte: TTAC]
Nenhum comentário:
Postar um comentário