MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 29 de maio de 2021

Projeções para o PIB sobem e bancos já veem maior crescimento econômico desde 2010


BC vai elevar projeção para alta do PIB em 2021, diz Campos Neto

Campos Neto, cauteloso, aguarda mais um pouco

Vandré Kramer
Gazeta do Povo

As projeções para o crescimento da economia brasileira em 2021 estão em alta. Nas últimas cinco semanas, o ponto médio (mediana) das previsões para a expansão do PIB passou de 3,04% para 3,52%, segundo o relatório Focus, um levantamento feito pelo Banco Central (BC) com o sistema financeiro.

Cresce o número de instituições que projetam um crescimento superior a 4% (veja lista ao fim deste texto), que, se confirmado, representaria a maior expansão da economia desde 2010. Desde a alta de 7,5% daquele ano, as maiores taxas foram de 4% em 2011 e 3% em 2013. No restante da década, o país alternou períodos de baixo crescimento com recessões profundas.

PIB ACIMA DE 4% – Vários bancos e casas de investimento esperam expansão acima de 4%. E há instituições ainda mais otimistas. A pesquisa diária do BC sinaliza que, desde o dia 18, o teto das projeções passou a ser de 5%.

Esse número é menor que as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o crescimento da economia mundial (6%) e para a dos países emergentes (6,7%). Esse crescimento relativamente mais fraco do Brasil provavelmente tem relação com o fato de que, em 2020, o PIB nacional caiu menos que o de boa parte do mundo.

Um dos bancos que trabalha com esse cenário mais positivo é o Fibra, que anunciou, na terça (25) a revisão da expectativa de crescimento do PIB de 4% para 5%.

QUATRO FATORES – Segundo economistas da instituição financeira, a economia vem mostrando sinais de resiliência que é formada por quatro fatores: “A taxa de juros real em patamar bastante estimulativo, a taxa de câmbio bastante depreciada em termos reais, que contribui para a dinâmica positiva do setor externo, o cenário internacional bastante favorável e a recuperação do mercado de trabalho formal”.

Eles destacam que parcela destes fatores deve permitir o crescimento mais acelerado que o estimado anteriormente, pelo menos até o fim do semestre.

Quem também reviu as projeções para cima, ainda que em um patamar menor, foi a Fundação Getulio Vargas (FGV). A instituição trabalha com a expectativa de que o PIB brasileiro cresça 4,2% no ano, puxado pelo investimento e a indústria de transformação.

PANDEMIA – Entretanto, a entidade aponta para incertezas em relação ao cenário atual. “Além das dúvidas em relação à evolução da pandemia, o cenário internacional tem sido também muito volátil. Olhando à frente, preocupam tanto a evolução da política fiscal, pela questão da dívida, como da política monetária, dadas as pressões inflacionárias.”

A XP investimentos projeta um crescimento de 4,1%. “As perspectivas de crescimento econômico se consolidaram. No mundo, China e EUA mantiveram o ritmo forte do início do ano, enquanto Europa dá sinais de reaceleração, depois da segunda onda de Covid-19. No Brasil, mesmo com a piora da pandemia, o primeiro bimestre foi forte e a queda, a partir das medidas restritivas de março, não parece tão profunda. A vacinação continua avançando, ainda que aos solavancos”, apontam analistas da instituição.

COMMODITIES EM ALTA – Outro fator considerado como relevante e que acaba estimulando a economia brasileira é a alta no preço das commodities, como soja e minério de ferro.

O Itaú justifica sua alta nas projeções de 3,8% para 4% apontando que indicadores recentes sugerem que o impacto econômico da segunda onda da pandemia está sendo significativamente mais moderado do que o observado na primeira onda. “A atividade econômica não parece estar sofrendo de forma relevante com a redução dos auxílios emergenciais”, diz o banco, em relatório.

A previsão do governo federal para o crescimento do PIB também melhorou – na semana passada, foi revisada de 3,2% para 3,5%. Está alinhada à mediana das projeções do mercado, mas ainda é conservadora se comparada às expectativas mais otimistas.

(reportagem enviada por Mário Assis Causanilhas)

 

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