MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 18 de maio de 2021

Não adianta tentar esconder: a CPI é preliminar da disputa entre Bolsonaro e Lula

 


Vicente Limongi Netto

Tolice esconder a realidade: a CPI da Covid, além de investigar omissões, falhas e irregularidades do governo no combate a pandemia, é, também, preliminar da disputa presidencial entre Bolsonaro e Lula. Não tem para mais ninguém.

Não brigo com fatos. Pelos depoentes já ouvidos e diante das investigações que vão se aprofundando, o atual placar do jogo é amplamente favorável a Lula.

TÊM O COURO DURO – O presidente, o vice-presidente e o relator da comissão, mostram isenção. Agem com lisura. Não são crianças. Levam pedradas, mas têm o couro duro. Por seu turno, os senadores governistas estão tontos. Sem munição suficiente para retrucar acusações e revelações. Que crescem como bolas de neve.

Diante do cenário político desastroso que se avizinha, para si e para o governo, Bolsonaro parte para o ataque. Com agressões e xingamentos ao relator e à própria CPI. Inclusive em Alagoas, Estado e reduto político de Renan Calheiros, onde o filho é governador.

O objetivo do chefe da nação é intimidar e enfraquecer o trabalho do senador do MDB. Se puder, arrancá-lo da relatoria.

ALIADO DE LULA – Calheiros é declarado aliado político de Lula. Destrambelhado, Bolsonaro já mandou o filho senador, fantoche de luxo do Palácio do Planalto, também provocar e escoicear Calheiros.Quanta besteira, Manuel Bandeira, bradaria o saudoso mestre Helio Fernandes. 

Política equivocada, superada e desastrada.Pai e filho fazem política com o fígado e não com o cérebro. Bolsonaro mostra que pouco ou quase nada aprendeu nos 28 anos que passou no Congresso, como deputado federal. 

Por sua vez, Lula igualmente tem recebido duros insultos de Bolsonaro. Macaco velho, Lula não passa recibo. Os desatinos de Bolsonaro crescem, na medida que Lula amplia vantagem, segundo pesquisas do DataFolha.

DEPENDE DO CENTRÃO – Bolsonaro que trate de mudar o foco vesgo e ensandecido de fazer politica e comece a cuidar da sua tábua de salvação, o famoso e imaculado Centrão. Sem perder de vista que o Centrão já foi parceiro amoroso de Lula e Dilma.

O Centrão é volúvel e guloso. Seus membros odeiam dieta. Apoiam e mostram-se fiéis a quem oferece mais vantagens.

E de volta à cena política o articulado Eduardo Cunha, responsável por colocar em votação, na Câmara, o pedido de impeachment de Dilma, enfraquecendo o PT e elegendo Bolsonaro. No canal CNN, já deu ácidas cutucadas na CPI e no relator Calheiros. Cunha tornou-se o mais novo amigo de infância de Bolsonaro. Quer a todo custo mostrar serviço e eleger-se deputado federal pelo Rio de Janeiro. À custa de Bolsonaro. 

O logístico ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, vai com tudo para a CPI da Covid. Com o santinho do patrono do Exército, Duque de Caxias, no bolso. Embaixo do braço, receitas de cloroquina e chás caseiros. Com o peito estufado, vai encarar as perguntas mais solertes. Sem medo da verdade. Não dará vexame. Sabe que nunca mentiu. Tem fidelidade canina pelo mito das trevas. Sabe as respostas na ponta da língua.

Espera não ser aborrecido pelos senadores quando perguntado porque se omitiu no cargo, sobretudo durante as tragédias pela Covid, no Amazonas. Também subirá nas tamancas, se algum senador tiver o desplante de saber porque sua passagem pelo ministério da Saúde foi um colossal desastre. Lá pelas tantas, pedirá trégua para ir ao banheiro.

É FANTÁSTICO! – Na edição do último domingo, tivemos uma pérola no programa “Fantástico”. Foi no texto – habitualmente em tom arrogante – do jovem repórter que surgiu na Globo de Brasília, fazendo um balanço da CPI da Covid.

O jornalista global recordou o depoimento do presidente da Anvisa, informando que se tratava de Barros Torres, Almirante da Marinha.

E eu, provocador repórter de 76 anos, que sempre achei que o Barra Torres era Almirante do Exército…???!!! Faço o quê da vida?!

 

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