O ataque de Celso de Mello à “delinquência do submundo digital” é um
ataque àqueles que ajudaram a eleger o atual presidente da República,
escreve Guilherme Fiuza em sua coluna na Gazeta:
Todo mundo já
entendeu que o combatente de fake news e o propagador de fake news são a
mesma pessoa, né? Ainda não? Normal. É que o grande propagador de fake
news hoje em dia não é mais aquele tipo marginal, obscuro, escondido
atrás de pseudônimos, computadores remotos e perfis falsos. Nada disso,
acabou esse perrengue. O disseminador da mentira hoje é um personagem
legalizado, educado, de boa aparência, que age à luz do dia, com grife e
tudo. Como cantou o profeta da falsidade: “Agora já não é normal / O
que dá de malandro regular, profissional”...
Em mais um momento
glorioso do Supremo Tribunal Federal, em que ele tenta mais uma vez
soltar na mão grande o ladrão amigo – agora acusado por Marcos Valério
de mandante do assassinato de Celso Daniel, ou seja, gente boa – o
ministro Celso de Mello disse o seguinte: “Os delinquentes do submundo
digital” submetem o STF (pobrezinho) a pressões “ilegítimas”. Falou e
disse. Ninguém é decano da Corte que quer soltar o ladrão n. 1 à toa.
Legítimo certamente
foi o voto de Celso de Mello em 5 de abril de 2018 para tentar evitar a
prisão de Lula, através de um habeas corpus preventivo que rasgava a
decisão do próprio STF de apenas dois anos antes, autorizando a prisão
após condenação em segunda instância. Legítimo é você afrontar a
jurisprudência firmada pelo seu próprio tribunal para salvar o homem que
regeu a destruição da economia popular no maior assalto da história.
Segundo o decano
dessa Corte compreensiva, a delinquência do submundo digital tem uma
“atuação sinistra” contra a democracia. Não vamos cansar a sua beleza
com conversinha cifrada. Celso de Mello está se referindo ao movimento
das redes sociais que ajudou a eleger o atual presidente da República e
que apoia a agenda positiva do governo – com destaque para a sonhada
Reforma da Previdência, que já não é mais sonho, graças em grande medida
aos “delinquentes do submundo digital”.
Não, o discurso do
decano (que reflete o dos seus pares e de boa parte da elite brasileira)
não é dirigido aos arroubos, à agressividade que passa do limite
saudável ou aos palavrões. O acusador de toga não nominou ninguém, não
deu nenhuma pista, não cumpriu a obrigação intelectual de deixar claro a
quem estava se referindo. Essa generalização é a alma do negócio, o
pulo do gato, a ginga essencial do malandro regular, profissional. É
justamente o truque para dizer que fake news é tudo aquilo que desafia a
hegemonia falsamente “progressista” dessa elite reacionária – que
tragicamente inclui, além dos seres togados & simpatizantes da
quadrilha que montou essa Corte, boa parte da grande imprensa.
Vá ao Google e
constate o tsunami de notícias tentando criar suspeição sobre o
resultado das urnas (muito grave), fora a especulação conspiratória
quase diária contra os ministros Sergio Moro e Paulo Guedes – sempre
“isolados”, “irritados”, “decepcionados”, etc – não por acaso os
principais símbolos da melhor equipe de governo deste século que boa
parte da imprensa tenta envenenar com desinformação.
Se dependesse do
noticiário tradicional, o povo hoje acharia que Moro e Guedes estão
abandonados num canto deprimidos, jogando baralho e assistindo pela TV o
primeiro-ministro Rodrigo Maia salvar o Brasil do incêndio fascista –
isso depois de acordar de bom humor e dar aos brasileiros, com grande
generosidade, a reforma da Previdência. Já deu para entender o que é
fake news?
Pois bem, o próprio
Rodrigo Maia, o conspirador que ama a palavra “harmonia”, estava outro
dia em Londres lançando tranquilamente suspeições sobre a eleição
presidencial no Brasil. A “delinquência digital” é na verdade e
essencialmente uma circulação de informações sadia e potente entre as
pessoas comuns para furar essa asfixia hedionda – esse envenenamento da
democracia brasileira por essa elite reacionária que só pensa em
cultivar seus poderes particulares.
Lula ainda não sumiu
na lata de lixo da história porque é útil para a sabotagem da agenda de
reconstrução do país – que está progredindo e deixará esses parasitas
empertigados à míngua.
BLOG ORLANDO TAMBOSI

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