Embaixador brasileiro desmonta mentiras publicadas pelo El Pais, a “Globo da Espanha”
31/10/2019 às 15:25 JORNAL DA CIDADE ONLINE
Uma
brasileira que mora na Espanha há muitos anos, de quem tornei-me amigo
graças ao Facebook e ao momento político brasileiro, que aproximou todos
os patriotas e transformou-os, todos, em um exército de soldados com a
missão precípua de mudar os rumos da nossa Nação continental, me mostrou
um artigo escrito pelo jornal espanhol El Pais na data de 27 de outubro, há poucos dias.
Segue um print do título da matéria:
Print do título da matéria do EL PAÍS
(Tradução
livre do título: Brasil caminha à beira do precipício | Bolsonaro
representa uma parte expressiva das elites políticas brasileiras,
formadas no terreno fértil do racismo, misoginia, aporofobia e servidão
às nações imperiais)
Esse artigo é recheado de impropérios e
inverdades a respeito de Jair Bolsonaro e do próprio momento por que
passa o Brasil, com um vasto leque de mentiras sobre o processo
eleitoral que levou a Direita ao poder aqui no país, e ainda carregado
de forte subjetivismo e adjetivação ao hoje presidente, como “racismo”,
“misoginia”, “servilismo a nações imperiais”, etc.
O texto do El Pais pode ser acessado nesse link aqui,
sendo que para ler na íntegra é preciso se cadastrar no site
(obviamente, mesmo quem não sabe espanhol consegue compreender, pela
proximidade entre os nossos idiomas; mas, ainda assim, o google tradutor
resolve esse problema, para quem não entender):Disse a minha amiga que
esse texto infame da – como ela se refere a esse El Pais – “Rede Globo
da Espanha" mereceu uma resposta da Embaixada do Brasil na Espanha,
assinada pelo próprio Embaixador, Pompeu Andreucci Neto, que não deixou
pedra sobre pedra, refutando, uma a uma, as maledicências publicadas de
forma irresponsável pelo folhetim.
A resposta pode ser acessada na própria página na Embaixada do Brasil em Madri, nesse link aqui, mas a transcreverei a seguir na íntegra, com uma tradução livre minha: CARTA AO EL PAÍS
Em resposta ao artigo "O Brasil caminha à beira do precipício", de Breno Altman, publicado no EL PAÍS em 28 de outubro, compartilhamos o texto da carta enviada pelo embaixador do Brasil na Espanha ao diretor desse jornal.
“Querida Sra. Gallego-Díaz,
Respeitando
a liberdade de expressão, tenho em princípio não responder a opiniões.
Farei isso desta vez, excepcionalmente, porque o autor não se move no
campo das opiniões, mas recorre repetidamente a séria difamação e até
calúnia que atingem não apenas nossos líderes, mas todo o Brasil como
país e como povo. E, portanto, apenas me oponho aos fatos contra
interpretações falsas e maliciosas.
2. O artigo “O
Brasil caminha à beira do precipício”, assinado por Breno Altman e
publicado na edição de 28 de outubro de “El País”, apresenta inúmeros
equívocos e opiniões factuais completamente estranhos à realidade. Em
maior medida, o texto é atormentado por ofensas pessoais, desprovidas de
fundamento e dirigidas irresponsavelmente ao presidente da República do
Brasil, Jair Bolsonaro, eleito pelo voto democrático de mais de 55
milhões de brasileiros. Ao associar o Presidente do Brasil a adjetivos
como “racismo”, “misoginia”, “servilidade” e “aporofobia”, o autor não
apenas evidencia sua inclinação ideológica e irresponsabilidade, mas
também demonstra ter desenvolvido um quadro sério de aletefobia(1).
3.
O tom rancoroso de seu texto, receheado de tópicos e expressões de
raízes marxistas, reflete a filiação política do autor, cujo projeto de
poder foi derrotado clamorosamente nas urnas pela vontade popular do
povo brasileiro. Lamentavelmente, o autor deixa em evidência a
incapacidade de seu grupo político de participar do debate, exercer
autocrítica e aceitar a alternância de poder própria das verdadeiras
democracias. Herdeiro do pior dos sectarismo, sem argumentos básicos,
incapaz de entender a complexidade e a riqueza de um país como o Brasil,
e aprisionado em uma visão de mundo já superada pela História, não
restam ao autor outros recursos a não ser recorrer ao discurso de ódio,
da intolerância política e da mais esmagadora mentira.
4.
O artigo distorce os fatos para criar uma narrativa que não faz sentido
para ninguém. Ele não apenas critica o governo do presidente Bolsonaro,
mas também todos os seus antecessores - precisamente aqueles que
conseguiram controlar a hiperinflação, consolidar uma moeda aceitável,
avançar na reforma administrativa do país e sanear minimamente as contas
públicas.
5. O articulista chega a reconhecer os
efeitos desastrosos da política econômica da orientação marxista - essa
sim que levou o país à beira do precipício - mas, curiosamente, os
atribui à incorporação de “parte do programa neoliberal de seus
oponentes”. Nada mais típico do modo da esquerda de governar: se a
realidade não se encaixa na sua visão de mundo, distorça a realidade.
6.
O Sr. Altman se refere a um suposto "golpe parlamentar" contra a
presidente Dilma Rousseff. Ele esquece de esclarecer que a ex-mandatária
foi acusada de cometer irregularidades no manuseio das contas fiscais,
e, portanto, foi afastada de suas funções em um processo parlamentar
previsto na Constituição e totalmente alinhado com o ordenamento
jurídico do país.
7. O autor caracteriza a prisão do
ex-presidente Lula como “fraude judicial”, que constitui um desrespeito
às instituições do Brasil, como Estado de Direito que é. Ele prefere não
mencionar que a condenação do ex-presidente foi confirmada pelas
instâncias do Judiciário, por um processo transparente.
8.
Mais uma vez emaranhado em sua visão distorcida do mundo, o autor
entende que a Operação "Lava Jato" pretendia "destruir o PT e Lula". Se
ele tivesse uma brecha na honestidade intelectual, teria que dizer ao
leitor que dita operação revelou um dos maiores esquemas de corrupção da
história no mundo, e que floresceu, precisamente, nos governos
"progressistas". Ao levar importantes figuras do mundo político e
empresarial ao cárcere, a operação mostrou que o Brasil começa a superar
o flagelo da impunidade e da injustiça.
9. Após anos
de uma política econômica desastrosa, e constatando a corrupção
escandalosamente entranhada no seio do Estado, o eleitor brasileiro
decidiu mudar. A isso o autor se refere como "ofensiva reacionária" ou
"soluções bonapartistas", para mencionar apenas algumas de suas arcaicas
expressões filomarxistas que parecem tão arcaicas e desatualizadas aos
ouvidos das pessoas no mundo moderno.
10.
Evidentemente, o autor se recusa a aceitar o óbvio: o eleitor brasileiro
simplesmente decidiu rejeitar um modelo de desenvolvimento econômico
falido e corrupto - e por isso elegeu o presidente Bolsonaro, com a
esperança que o país possa retomar o caminho do progresso econômico, com
estabilidade, avanços sociais e justiça para todos.
11.
Mas o mais grave, Senhora Diretora, é que os argumentos falsos,
tendenciosos e maliciosamente deturpados do autor não parecem derivar
apenas de sua notória tendência à retórica do ódio ideológico. O autor
parece valer-se de momentos de fraqueza(2) em algumas democracias da
região para instar a população à desobediência civil, quando deveria
contribuir para fortalecê-las. Isso apenas deixa muito clara a fobia
emaranhada que o autor e seu grupo político professam à democracia, mas
que, felizmente, a população brasileira decidiu descartar, jogando-a na
lata do lixo da história.
Pompeu Andreucci Neto”
____
Uma
resposta contundente dessa não poderia ficar sem um reconhecimento
aqui, de nossa parte. É uma demonstração clara de que o Ministério das
Relações Exteriores não mais se guia pelo viés ideológico de antes, nos
governos do PT, que levaram – eles sim – o Brasil a caminhar na beira do
precipício.
Parabéns ao Embaixador do Brasil na
Espanha. Se ele, de alguma maneira, ler esse meu texto, saiba que nós,
os eleitores que escolhemos Jair Bolsonaro presidente do país – e
acredito que, mesmo sem procuração, posso falar em nome deles aqui –
ficamos gratos pela defesa intransigente da verdade do que acontece na
política do Brasil, sem a distorção dos fatos, na construção da
narrativa falaciosa que a esquerda faz não só aqui no nosso país mas
mundo afora.
____
NOTAS:
1) No texto
original, o Embaixador usa a palavra “alethefobia”. A palavra “aleteia”
quer dizer verdade, mas no sentido de percepção dos fatos, ou da
realidade. https://pt.aleteia.org/…/02/qual-e-o-significado-de-aleteia/
Portanto, aletefobia significa uma pessoa que tem aversão à verdade ou à realidade.
(2)
Na carta original, o Embaixador usou a expressão “debilidade”, que
achei melhor traduzir por fraqueza, para não perder o sentido do que ele
quis deixar claro: provocar instabilidade na região.
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