Postado em 30/10/2019 3:26 DIGA BAHIA!
As ginecologistas da clínica EMEG destacam a importância do autocuidado e da realização de exames preventivos
O
câncer do corpo do útero pode se iniciar em diferentes partes do órgão,
mas o tipo mais comum se origina no endométrio, que é o revestimento
interno do útero e é chamado de câncer de endométrio. De acordo com o
Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença fica em terceiro lugar
entre as neoplasias malignas pélvicas no sexo feminino e tem mais de 70%
de chances de cura, quando descoberta na forma precoce. O órgão ainda
estima que 6.600 novos casos surjam ao longo deste ano. “Cerca de 75%
dos casos da doença são detectados em mulheres com mais de 50 anos”,
explica a ginecologista e sócia da Clínica EMEG, Ana Cristina Batalha.
Destaca
Cristina Sá, também ginecologista e sócia da Clínica EMEG. “Caso não
seja reconhecido a tempo, o tumor crescerá no local e, além de infiltrar
superficialmente a mucosa do endométrio, pode penetrar em direção à
camada muscular do útero, o miométrio”. No entanto, diferente dos outros
tipos de câncer, que na fase inicial são assintomáticos, o câncer de
endométrio tem como principal sinal de alerta o sangramento vaginal
pós-menopausa.
“Para
as mulheres que ainda não estão na menopausa, o que corresponde a cerca
de 20% ou menos da ocorrência da doença, o sinal mais comum é o
sangramento vaginal fora do período menstrual, que pode se manifestar
como sangramento entre os ciclos menstruais ou um sangramento vaginal
mais intenso que o habitual. Além disso, pode vir acompanhado de dor
pélvica, cansaço, perda de peso e de apetite”, explica Ticiana Cabral,
ginecologista e sócia da Clínica EMEG.
Para
o diagnóstico, as médicas ginecologistas indicam a ultrassonografia
transvaginal seguida de vídeo-histeroscopia com biópsia. A
vídeo-histeroscopia é uma importante ferramenta na Ginecologia para
diagnósticos e cirurgias intrauterinas não-invasivas que “permite a
avaliação das patologias em casos de infertilidade, sangramentos
uterinos anormais, abortamento habitual, pólipos, miomas, entre outros.
Através desse exame, é possível identificar se há alguma alteração com
característica maligna. O diagnóstico é feito através da imagem
endoscópica e após a análise histo-patológica, que pode descartar ou
apontar a presença de doença neoplásica”, avalia Ticiana Cabral.
Fatores de Risco
Os
fatores de risco associados à doença são: obesidade (principalmente
quando associada à hipertensão), menopausa tardia, início precoce da
menstruação, diabetes, reposição hormonal por longo período (sem
acompanhamento ginecológico), ter tido câncer colorretal, mama ou
ovário, utilizar de forma prolongada alguns medicamentos antineoplásicos
que provoquem mudanças na produção hormonal, síndrome dos ovários
policísticos, diagnóstico prévio de hiperplasia endometrial atípica e o
fator hereditário, responsável por, em média, 10% dos casos de câncer no
mundo.
“Quando
se trata da obesidade, o fator de risco está associado ao desequilíbrio
entre a produção de estrogênio (em excesso) e progesterona, que são
dois hormônios fundamentais para o corpo feminino”, comenta Cristina Sá.
A médica explica ainda que o crescimento anormal do endométrio pode ser
provocado pela produção elevada de estrogênio nas pacientes obesas.
“Isso acontece porque a progesterona tem o papel de neutralizar os
efeitos ruins do estrogênio no tecido”.
O
tratamento, na fase inicial, para o câncer de endométrio costuma ser
cirúrgico. “Nesses casos, é realizada a histerectomia radical total, que
é a cirurgia para remover útero, ovários e trompas, com a remoção do
tumor”, destaca Ana Cristina Batalha. Algumas mulheres não precisam de
tratamento complementar após a cirurgia, mas outras precisarão
complementar com quimioterapia ou radioterapia, mas “só são indicadas em
casos de doença metastática (disseminada para outros órgãos)”.
Para
reduzir os riscos, as médicas destacam a importância da prevenção, que
vai desde o cuidado com a alimentação e a prática de exercícios físicos,
até o acompanhamento ginecológico regular.
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