As quatro universidades estaduais da Bahia estão com uma média de 30%
das verbas de manutenção contingenciadas pelo governo do estado,
conforme denunciam as associações de docentes das instituições. Os
recursos represados são destinados ao custeio de água, energia, compra
de materiais básicos, reformas prediais, bolsas de pesquisa, entre
outros. A Secretaria de Educação do Estado (SEC), no entanto, nega o
contingenciamento. No caso da Universidade Estadual de Feira de Santana
(Uefs), dos R$ 64,8 milhões que a entidade deveria receber, só R$ 45,7
milhões caíram na conta até este mês, o décimo do ano. Ou seja, há dois
meses do fim do ano, faltam chegar quase 30% dos recursos. A Associação
de Docentes da Uefs (Adufs) informa que as despesas que mais sofrem são
as de manutenção predial, na qual a demanda seria de R$ 1,5 milhão.
Ainda conforme a entidade, viagens de campo de professores e estudantes
em bairros da cidade estão suspensas porque não há verbas para
combustível. De acordo com o presidente da Adufs, André Uzêda, a
aquisição de papel higiênico e a manutenção da jardinagem também estão
prejudicadas. Em nota, o Governo do Estado disse que investiu mais de R$
1,3 bilhão nas quatro universidades estaduais em 2018 e que este número
é 137% maior que o aplicado em 2007, no primeiro ano da gestão de
Jaques Wagner. No comunicado, o secretário estadual de Educação,
Jerônimo Rodrigues, afirmou que em 2019 a administração continuará com a
tendência de crescimento anual do orçamento. A nota cita ainda o
cenário de crise nacional e os “esforços do governo para honrar os
compromissos”. O secretário acrescenta ainda que as contas do estado
“estão equilibradas e que os servidores estão recebendo os seus salários
em dia”. Para os professores das estaduais, no entanto, é justamente
por essa saúde no orçamento que o Estado deveria repassar integralmente
os recursos das universidades. Com o contingenciamento, o financiamento
de pesquisas e atividades de extensão que prestam serviços à comunidade
também acabam afetados, conforme explica a professora Ronalda Barreto,
coordenadora geral da Associação de Docentes da Universidade Estadual da
Bahia (Uneb). Sem a verba prevista, não é possível pagar as bolsas que
garantem a permanência estudantil nas instituições públicas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário