Artigo de Denis Prager, publicado pela Gazeta do Povo:
Ao avaliar as
universidades dos Estados Unidos – ou qualquer uma do mundo ocidental –,
você se pergunta se seu filho deveria mesmo fazer faculdade. Você
pondera se deveria pagar uma faculdade ou se convém se endividar por
causa disso. No entanto, a pergunta mais importante a ser feita é esta:
“Que tipo de pessoa a universidade produz?”.
É difícil imaginar
que algum pai ou mãe – de esquerda, direita, liberal, conservador ou
apolítico – discordaria da relevância dessa pergunta.
Eles provavelmente
discordariam da resposta. Obviamente, pais de esquerda gostariam que seu
filho saísse da faculdade com pontos de vista de esquerda, enquanto um
pai mais à direita não ficaria feliz se isso acontecesse, mas todos
estariam de acordo que a pergunta “Que tipo de pessoa a faculdade
produziu?” deve ser feita.
Acredito que, na
maioria das vezes, as faculdades hoje produzem um ser humano pior, ou,
pelo menos, uma pessoa que não é melhor, mais sábia ou mais madura do
que aquela que fez apenas o ensino médio.
Vamos começar com questões comportamentais.
Há uma boa chance do
seu filho ou filha ter grande parte do tempo livre em festas da
faculdade, o que muitas vezes significa se embebedar, fumar maconha e
fazer sexo casual.
Embora nenhuma dessas
atividades signifique necessariamente que o seu filho ou filha se
tornou um ser humano pior, todos nós concordamos que nenhuma delas fez
dele ou dela um ser humano melhor.
Consumo de álcool
Em relação ao consumo de álcool na faculdade, o Guia de Reabilitação de Álcool, um site online sobre alcoolismo, relata:
Uma grande
porcentagem de estudantes universitários consome álcool sem moderação...
Entre os homens, o consumo excessivo de bebidas envolve beber cinco ou
mais bebidas alcoólicas em duas horas. Por outro lado, consumo excessivo
de bebidas alcoólicas entre mulheres é considerado quatro ou mais
bebidas dentro de um período de tempo de duas horas.
O site também afirma:
“Aproximadamente 80% dos estudantes universitários – quatro em cada
cinco – consomem álcool em alguma medida. Estima-se que 50% desses
alunos consumam álcool de maneira excessiva...”
O BMC Public Health divulgou as seguintes informações em 2013:
Metade dos jovens
adultos em países ocidentais frequentou uma faculdade. … [Isto] está
frequentemente associado a [comportamento] arriscado, como o consumo
excessivo de álcool. ...Descobrimos que quanto mais um aluno tiver sido
exposto ao ambiente universitário, maior o risco de consumo excessivo,
frequente e abusivo de álcool.
O consumo de álcool
aumentou entre estudantes que moram em repúblicas com um maior número de
[colegas de quarto] e que estão na universidade há mais tempo.
E todos nós estamos
cientes do tipo de atividade sexual que está associado ao abuso de
bebida na faculdade, e ao arrependimento que pode surgir no dia seguinte
(geralmente da mulher).
Valores morais
Sem falar nos muitos
casos de depressão e distúrbios mentais na faculdade. Nas palavras do
psicólogo clínico Gregg Henriques, na revista Psychology Today, “não é
exagero nem alarmismo afirmar que existe hoje uma crise de saúde mental
entre universitários norte-americanos. Evidências sugerem que esse grupo
tem níveis de stress e psicopatologias mais altos do que em qualquer
outro momento da história dos EUA”.
Agora, vamos passar aos valores e ao caráter.
Ao terminar a
faculdade, seu filho ou filha (ou sobrinho, sobrinha, neto ou neta)
tornou-se uma pessoa mais, menos ou igualmente gentil?
Mais, menos ou igualmente respeitoso com você – pai ou mãe?
Mais, menos ou igualmente grato pelo sacrifício monetário que você fez para que ele ou ela frequentasse a faculdade?
Mais, menos ou igualmente orgulhoso de seu país?
Mais, menos, ou igualmente respeitoso com religião?
Mais, menos ou igualmente culto?
Mais, menos ou igualmente comprometido com a liberdade de expressão?
Mais, menos ou igualmente aberto a ouvir opiniões com as quais ele ou ela discorda?
Acho que sei as
respostas a essas perguntas, na maioria dos casos. Mas, muito mais
importante do que o que presumo saber, é o que você vai descobrir. Por
favor, faça essas perguntas não só aos estudantes universitários e
recém-formados, mas também aos pais e outros familiares.
Em seguida, decida se
você quer correr o risco de pagar para seu filho estudar num ambiente
que aumentará muito suas chances de ficar deprimido, de beber de forma
compulsiva e de não aprender nada importante – apenas que vive em um
país horrível, que qualquer opinião com o qual não concorda deve ser
calada, que cristãos e judeus religiosos são patéticos, que muçulmanos
religiosos são maravilhosos e, por fim, que a cor da pele é uma
característica muito importante.
Reconheço que alunos
nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática devem, de
fato, frequentar a faculdade. Mas, do contrário, enviar um filho para a
faculdade é jogar roleta russa com seus valores, caráter e até mesmo
alegria de viver.
Tradução: Ana Peregrino
BLOG ORLANDO TAMBOSI

Nenhum comentário:
Postar um comentário