Pedro do Coutto
O Estado de São Paulo publicou na edição de ontem a entrevista que a repórter Mônica Scaramuzzo fez com Rodolfo Spielmann, diretor para a América Latina do Canadá Pension Plan Investiment Board, um dos maiores fundos de pensão do mundo Esse fundo já aplicou recursos na Votorantin Energia e na Cia. Paulista, CESP. Agora poderá investir no programa de privatização de empresas brasileiras. Em termos, claro, porque os investimentos só virão completamente para nosso país na medida em que o consumo da população estiver vários degraus acima da altura de hoje.
No momento nosso nível de consumo encontra-se muito prejudicado principalmente pelo desemprego da parcela de 13% da nossa mão de obra ativa.
RELAÇÃO ÓBVIA – Quanto menor for o poder de consumo diminui também o interesse de grandes segmentos de aplicarem recursos no Brasil. Portanto, o desafio é, antes de mais nada, fortalecer os níveis de consumo, condição fundamental para que o projeto de captação de investimentos siga em frente.
A equação está formada, resolvê-la é o grande desafio que nos envolve. Num país cuja renda média encontra-se pouco abaixo de 2.000 reais por mês, não se pode querer que num prazo muito curto se tenha essa realidade alterada para melhor substancialmente.
Os investidores, como é natural poderão desejar, alavancar o lucro imediato pagando pouco pela parceria no capital de empresas estatais brasileiras. O lucro, sem dúvida, permanecerá sempre como vértice do triângulo formado pelo desembolso e pela forma de pagamento desejada.
PRIVATIZAÇÃO – Não é somente esse o panorama da privatização. Predomina uma outra face iluminada pela reportagem de Geralda Doca, em Globo de terça-feira. A matéria destaca os chamados programas de demissão voluntária das estatais, começando agora pelos programas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Falei em demissão voluntária. Quem poderá desejar ser demitido, na fase de desemprego que atravessamos? Ninguém. A menos que seja forçado a isso.
Entretanto, de qualquer forma os programas de demissões funcionam também para diminuir o nível de consumo. Porque os incentivos – e o empresariado sabe disso – duram no máximo seis meses. E os projetos empresariais são a médio prazo.
Finalizando, deixo a pergunta: se o governo está demitindo, como este mesmo governo destaca seu objetivo de aumentar a renda do país. Trata-se de um confronto entre a lógica e a realidade, desfazendo a suposta magia de Paulo Guedes.
O Estado de São Paulo publicou na edição de ontem a entrevista que a repórter Mônica Scaramuzzo fez com Rodolfo Spielmann, diretor para a América Latina do Canadá Pension Plan Investiment Board, um dos maiores fundos de pensão do mundo Esse fundo já aplicou recursos na Votorantin Energia e na Cia. Paulista, CESP. Agora poderá investir no programa de privatização de empresas brasileiras. Em termos, claro, porque os investimentos só virão completamente para nosso país na medida em que o consumo da população estiver vários degraus acima da altura de hoje.
No momento nosso nível de consumo encontra-se muito prejudicado principalmente pelo desemprego da parcela de 13% da nossa mão de obra ativa.
RELAÇÃO ÓBVIA – Quanto menor for o poder de consumo diminui também o interesse de grandes segmentos de aplicarem recursos no Brasil. Portanto, o desafio é, antes de mais nada, fortalecer os níveis de consumo, condição fundamental para que o projeto de captação de investimentos siga em frente.
A equação está formada, resolvê-la é o grande desafio que nos envolve. Num país cuja renda média encontra-se pouco abaixo de 2.000 reais por mês, não se pode querer que num prazo muito curto se tenha essa realidade alterada para melhor substancialmente.
Os investidores, como é natural poderão desejar, alavancar o lucro imediato pagando pouco pela parceria no capital de empresas estatais brasileiras. O lucro, sem dúvida, permanecerá sempre como vértice do triângulo formado pelo desembolso e pela forma de pagamento desejada.
PRIVATIZAÇÃO – Não é somente esse o panorama da privatização. Predomina uma outra face iluminada pela reportagem de Geralda Doca, em Globo de terça-feira. A matéria destaca os chamados programas de demissão voluntária das estatais, começando agora pelos programas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Falei em demissão voluntária. Quem poderá desejar ser demitido, na fase de desemprego que atravessamos? Ninguém. A menos que seja forçado a isso.
Entretanto, de qualquer forma os programas de demissões funcionam também para diminuir o nível de consumo. Porque os incentivos – e o empresariado sabe disso – duram no máximo seis meses. E os projetos empresariais são a médio prazo.
Finalizando, deixo a pergunta: se o governo está demitindo, como este mesmo governo destaca seu objetivo de aumentar a renda do país. Trata-se de um confronto entre a lógica e a realidade, desfazendo a suposta magia de Paulo Guedes.
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