Foto: Antônio Queirós/CMS
Reunião da Comissão de Constituição, Justiça da Câmara Municipal de Salvador
O voto em separado apresentado pelo vereador Alfredo Mangueira
(MDB), na Comissão de Constituição e Justiça, ao Estatuto da Igualdade
Racial e Combate à Intolerância Religiosa (Projeto de Lei nº 549/13),
provocou polêmica e levou a discussão do colegiado para a sessão
ordinária desta terça-feira (30). Apesar do parecer do relator Duda
Sanches (DEM) acatar o projeto com a inclusão de emendas, Mangueira
arguiu a inconstitucionalidade da proposta da Comissão de Reparação, por
entender que fere a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei Orgânica do
Município e o Regimento Interno da Câmara. “Está fadado ao veto total do
Executivo”, disse ele defendendo a rejeição total do Estatuto. E
sugeriu um diálogo com o prefeito ACM Neto para que encaminhe uma
proposta de Estatuto à Câmara. As vereadoras Lorena Brandão (PSC) e
Marcelle Moraes (sem partido) acompanharam o voto de Mangueira. Os
vereadores Luiz Carlos Suíca (PT) e Aladilce Souza (PCdoB) protestaram
contra o que chamaram de desrespeito ao trabalho da Comissão de
Reparação, presidida pelo vereador Moisés Rocha (PT), que se debruçou
sobre a proposta original, de 2013, adaptando-a aos estatutos Federal e
Estadual. A reunião da CCJ, presidida pelo vereador Alexandre Aleluia
(DEM), foi suspensa para o início da sessão ordinária e o voto em
separado de Suíca ficou para ser lido no próximo encontro do colegiado,
dia 8 de maio (quarta-feira). Autor do relatório final da Comissão de
Reparação, o vereador Sílvio Humberto (PSB) reagiu da tribuna: “Triste
Bahia”. E pediu respeito ao trabalho do colegiado, que envolveu
consultas à população e aos segmentos organizados interessados no
debate: “Esse já não é o Estatuto que nós queríamos e sim o possível,
diante de discursos falaciosos e práticas racistas e preconceituosas”.
As vereadoras Marta Rodrigues (PT) e Aladilce Souza pediram a mediação
do presidente da Casa, Geraldo Júnior (SD), lembrando que a aprovação do
Estatuto da Igualdade Racial e Combate à Intolerância Religiosa foi um
compromisso de campanha. E que o presidente da CCJ, Aleluia, retomasse o
debate sobre a admissibilidade da proposição, que tramita há 6 anos na
Casa. Geraldo Júnior fez um apelo ao diálogo: “Esperamos que sejam
vencidas as diferenças ideológicas para que a matéria seja colocada em
votação”. O vereador Joceval Rodrigues (PP) e a vereadora Lorena Brandão
criticaram a proposta da Comissão de Reparação, frisando que da forma
como está é “Estatuto da Desigualdade”.
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