Foto: Estadão
Sachsida explicou que, no diagnóstico traçado pelo governo, as empresas continuam com dificuldades de acesso ao crédito
Com a retomada do crescimento ainda em ritmo lento – o que foi
demonstrado pela alta do PIB de apenas 1,1% no ano passado –, o governo
estuda um pacote de medidas para destravar o crédito às empresas. O
Ministério da Economia quer facilitar as garantias que são oferecidas
pelas companhias para conseguir financiamento bancário. Com isso,
acredita que pode dar um impulso aos investimentos. Em entrevista ao
Estadão/Broadcast, o secretário de Política Econômica do Ministério da
Economia, Adolfo Sachsida, antecipou que uma das ideias em análise é
viabilizar a concessão de garantias com base na expectativa de venda
futura, o que no jargão do mercado é apelidado de “fumaça”. Hoje, é
permitido que empresas tomem crédito com base em receitas que
ingressarão no caixa futuramente a partir de vendas parceladas já
realizadas (por exemplo, quando um comerciante vende uma mercadoria em
prestações no cartão de crédito). A intenção agora é permitir que seja
dada como garantia a expectativa de receita, e não necessariamente uma
operação já feita. Uma empresa com faturamento médio mensal de R$ 1
milhão, por exemplo, poderia empenhar essa projeção como garantia na
obtenção de um empréstimo. Sachsida explicou que, no diagnóstico traçado
pelo governo, as empresas continuam com dificuldades de acesso ao
crédito por conta de restrições para conseguir oferecer garantias reais
nos pedidos de financiamento bancário. Isso ocorre porque, segundo ele,
as garantias reais que as empresas detinham foram, em muitos casos, se
perdendo durante o longo período de recessão que o País viveu nos
últimos anos. O secretário deixou claro que os modelos de novas
garantias que estão sendo analisados servirão para todos os setores e
tamanhos de empresas. “Temos a preocupação aqui de que as medidas sejam
para todos”, disse. “Vimos no passado que mirar um setor nunca é uma boa
ideia. É para todos do mercado.”
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