MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 31 de março de 2019

Golpe de 1964 é alvo de atos pelo país; Paulista tem confusão com grupos rivais

POLITICA LIVRE
Foto: Alex de Jesus/O Tempo/Folhapress
Grupo de manifestantes nacionalistas no viaduto Helena Greco, em MG, onde se deu o chamado Golpe de 64, para festejar a data
Manifestantes se reuniram nas ruas de capitais brasileiras neste domingo (31) em protestos contrários e favoráveis à ditadura militar iniciada com o golpe de 1964, há 55 anos. Os principais atos aconteceram em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde os manifestantes se reuniram na Avenida Paulista e no Parque Ibirapuera (em SP) e na Cinelândia (no Rio). Ao final da manifestação na Paulista, houve confusão entre os grupos rivais em frente ao prédio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Militantes favoráveis à intervenção militar foram provocados por manifestantes contra a ditadura, o que resultou em trocas de insultos e em agressões. No confronto, que envolveu cerca de 50 pessoas, foram usados como armas cabos de madeira e até uma pistola “taser”, de eletrochoque.
Segundo a Polícia Militar, uma pessoa foi detida. Ela fazia parte do grupo contrário à ditadura. Os maiores atos foram contra a ditadura. “Descomemorar” o golpe com cultura e silêncio foi o espírito do ato na praça da Paz, no Parque Ibiraquera, que recordou os desaparecidos da ditadura militar e fez contraponto às declarações do presidente Jair Bolsonaro que encorajavam celebrações da data. O ato, intitulado Caminhada do Silêncio, começou por volta das 16h30 com apresentações musicais e literárias que evocavam críticas à ditadura militar e a Bolsonaro.
No fim de tarde, farão uma caminhada até o Monumento pelos Mortos e Desaparecidos Políticos, inaugurado no parque em 2014. “Não há nada mais ensurdecedor do que o silêncio”, afirmou o ex-deputado estadual Adriano Diogo (PT-SP), que integrou a Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos e que coordenou a Comissão da Verdade na Assembleia Legislativa de São Paulo. Fotos de desaparecidos políticos foram erguidas durante as apresentações por seus familiares e também por pessoas simpáticas à luta contra a ditadura militar. No Rio, o protesto contra a ditadura reuniu manifestantes na Cinelândia, no centro da cidade. O ato teve protesto contra o governo Jair Bolsonaro e pela libertação do ex-presidente Lula, preso em Curitiba desde abril de 2018. Houve também lembranças à vereadora Marielle Franco, assassinada em fevereiro de 2018, e protestos contra a reforma da Previdência proposta pelo governo Bolsonaro. Em discursos, lideranças criticaram a autorização dada por Bolsonaro para que as Forças Armadas “rememorassem” o golpe militar de 1964, gerando uma série de manifestações de aliados em defesa do regime. Neste domingo, em vídeo postado nas redes sociais, o governo reforçou a defesa. “É inaceitável em qualquer lugar do planeta que uma pessoa, uma autoridade pública, faça elogio à tortura”, disse em seu discurso o ex-senador Chico Alencar (PSOL). “As sementes da ditadura, da repressão, da tortura e da morte estão ainda nos envolvendo.”
Folhapress

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