É o duelo dos répteis: o
ex-presidente do BB e da Petrobras resolveu enfrentar o ex-presidente
da República. Post de Augusto Nunes:
Aldemir Bendine foi
multado pela Receita Federal por não conseguir comprovar a origem de R$
280 mil. Foi investigado por ter ordenado a seu motorista que
transportasse pequenas fortunas em dinheiro vivo. E, entre tantas outras
patifarias, facilitou um financiamento milionário para que a socialite
Val Marchiori, amiga íntima e companheira de viagens com cara de
lua-de-mel, comprasse um Porsche de parar o trânsito.
Nada disso impediu
que Bendine, nomeado por Lula e mantido por Dilma Rousseff, ocupasse
durante seis anos a presidência do Banco do Brasil. O padrinho
cumprimentou-se mais de uma vez pela escolha. “O banco nunca foi
comandado com tanta competência”, garantiu em vários comícios. Lula
sempre gostou de instalar em cargos de alta relevância gente cuja
biografia parece prontuário.
Quando Graça Foster
teve de sair às pressas do comando da Petrobras, Lula sugeriu a Dilma
que transferisse o amigo que chama de “Dida” para a presidência da
estatal em avançado estado de decomposição. Presenteada com um segundo
galinheiro, a raposa de estimação só poderia ter feito o que fez — até
ouvir as batidas na porta que anunciam a chegada da Polícia Federal.
Conhecido na
Odebrecht pelo codinome Cobra, Bendine tem muito a contar: os milhões
que recebeu da empreiteira são só o abre-alas do desfile de propinas de
grosso calibre. Neste fim de semana, descobriu em Curitiba que o caminho
que leva para longe de uma demorada temporada na cadeia começa pela
delação premiada. Não é pouco o que Dida sabe de Lula. A Jararaca terá
de enfrentar uma cobra que levou o bote da Lava Jato.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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